Se te amo
com tão pouco
sim
poderia dizer que te amo
e sim talvez possua sonhos de futuro
mas quanto já perco,meu amor
porque nem mesmo vi um resvalar seu
no frio de hoje
e nem pude estender a capa de trapo
para que dividamos a
estúpida e ineficaz
ideia de conforto
nesse tolo frio...
mas quanto somos quentes agora
nossos corpos apesar da neve das ruas
nossos corpos como lâmpadas
não sei o que será e isso me assassina
sim confesso
porque quero que atinjamos
mas que projeto
que tenho
que poderemos ter?
Não, meu amor, não façamos promessas ao rabo do destino
ele está longe como a eternidade
sim, este instante
difuso como o vento
e indelével
é isto que preciso viver
alucinogenamente
o resto será meu isqueiro
aquela cinza
e o resto da fragrância
do incenso...
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
depuração
Não eu não tenho segurança de nada
nem se o vento, essa brisa
irá voltar
mas que sólido ar
no rosto
rasgando os cabelos
levando tudo
e meu corpo pura maresia...
Não
nada controlo
sou o peão que roda
o eixo por enquanto
e depois a queda
o dado
o seis ou o 1
e quem sabe o 0.
e no entanto lançado
sempre lançado
nas improbabilidades estatísticas
a matemática como aquela canção
não escolhi estar vivo
e nem escolherei talvez quando morro
mas aquela rua repentina
e repetitiva
os lençóis da primeira cama autônoma
a minha mãe distante
o meu pai um barco
o tempo é uma ilha descontrolada.
minha voz no eco e marulho
acendi uma vela ontem para mim
nunca se acendeu,
sequer apagou
e a luz e a sombra conformes
e além delas
cinzas e incenso
o perfume sobre a haste de um navio
singrando rodovias
rosas malucas sobre paraquedas
caindo e levitando
sou como o castor
e a ave
e aquela cicatriz corroendo
e ela é como uma pluma
estética como a dor
alérgica como a alegria
e dissemino o sopro de vida telúrico
porque ontem eu vi que havia como
a vida rebentando, arrebentando
ventres no meio do mundo
a lua explodindo da vagina da terra
ela nasceu pálida e brilhosa
e todo o céu como uma espécie de líquido improvável
estrelas sobrevoando o infinito
eu apenas um segundo e nada
e continuo existindo
em algum manual de instruções sem uso
e ainda assim tão fundamental
dorme um amigo meu lá fora
é um cão uivando
ele sabe o risco
de ser solitário
eu apenas no cio
vociferando
meus pêlos fúlgidos
na minha boca areia
tenho sede
amores infindos e complicadíssimos
ansiedades tormentosas
inseguranças descabidas
idealizações extravagantes e incontroláveis
e choro e sofro como um fragilíssimo
que querem de mim
que eu seja homem?
que eu seja grande
controlável
que eu não tenha medo
eu marmota
eu, o mais esquivo dos seres medrosos
não, terei medo sim
muito
e risco também
grandes homens o que tudo controlam
tudo sabem
tudo podem
e eu ainda temo perder alguém
eu ainda temo ficar sozinho
eu ainda temo
o não
o menosprezo
eu ainda temo como uma criança
o amor não atingido
o amor sequer proposto
o amor sequer vivido
eu que tudo temo
que tudo desejo
eu
que tenho tenho dó
e tenho vergonha de mim
eu que tenho sido um canalha de automedo
e que tenho segurado toda a vida com medo da vida
com medo de mergulhar
sentir logo a facada mas o medo do corte
quantas vezes eu teria sido mais
se deixasse a ponta do cigarro
e não só a fumaça me matar
sem apaziguamento?
li os jornais
nada me atiçou
aquela menina sim
e os seus cabelos
e de repente até os jornais valeram a pena
não pelos cabelos
mas por saber que o mundo
assim como aqueles cabelos
possuia inúmeras conchas
inúmeros animais
e aquelas pequenas pedrinhas sem graça que valem tanto
eu me destruindo
e no entanto sou aquela pedrinha
estática
fria e temerosa
vagarosa
sem jeito
e já disse que tenho medo?
as sombras e os fantasmas
sou aquela casa mal assombrada
não clamo por deuses
nem heróis
só sei meu nome no escuro
só sei minha estratégia para fugir
ou enfrentar
mas é o silencio que concilia tudo
fiz o banquete hoje
com a minha própria língua
e ela me disse sobre
a boca que eu tanto temo a existência
que eu tanto temo que fale
que eu tanto temo que descanse
a pressa por outro lado
existindo por querer concretizar o sonho
tarefa esdruxula que me coloquei
necessidade estúpida de me valer
para provar a mim mesmo qualquer meu significado
que consigo a conquista
eu donjuanisticamente
e eu solitário sempre
eu sempre desesperado
eu sempre com medo de perder
o que nem mesmo ganhei
aquela buzina e o trompete
de repente eu me levanto
e tudo está calmo
o mar é a visão que mais necessito
o mar e o seu amplo nada
ali sim vivi eu, nada além
ali sim
sofri como um
e a angústia era maré e maresia
e o sal era
depuração...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Atravessá-la mais uma vez
a dor
que parece voltar
e da qual pareço não ter nunca êxito
batalha de mãos atadas e
guerrear contra aviões em céu aberto
mas, não sou vítima,
o medo que anda sempre
a ansiedade reciclando-se
e mais uma vez voltei a
ruminar quando não queria
Mas o que foi que me fez assim
que me fez tão preocupado
amálgama confuso
de desespero?
até ontem, meu coração calmo
manso e sem velocidade.
hoje é este turbilhão de medos
- de novo estou olhando para o que mais temo
e por não conseguir sofrer , continuo ruminando.
sou como uma vaca maldita
no pasto verde
de manchas escuras
minha bile
remastigo
é como ficar encher um copo que nunca se finda
é como ficar caçando o ar
e eu aqui, sendo racional...
apenas uma lágrima, venha,
e a lágrima
e nem o vomito
sabem como me chamo
ainda assim, atravesso a dor,
atravesso
como se cruzasse um deserto sem fim
atravesso
o passado é só areia
o futuro é só areia
o presente areia
mas toda esta areia sempre se movimentando
e eu as cruzo sem pudores
envolvendo-me em sua dança
e atravessando-a
o rumo que não pode existir
e que existe.
a dor
que parece voltar
e da qual pareço não ter nunca êxito
batalha de mãos atadas e
guerrear contra aviões em céu aberto
mas, não sou vítima,
o medo que anda sempre
a ansiedade reciclando-se
e mais uma vez voltei a
ruminar quando não queria
Mas o que foi que me fez assim
que me fez tão preocupado
amálgama confuso
de desespero?
até ontem, meu coração calmo
manso e sem velocidade.
hoje é este turbilhão de medos
- de novo estou olhando para o que mais temo
e por não conseguir sofrer , continuo ruminando.
sou como uma vaca maldita
no pasto verde
de manchas escuras
minha bile
remastigo
é como ficar encher um copo que nunca se finda
é como ficar caçando o ar
e eu aqui, sendo racional...
apenas uma lágrima, venha,
e a lágrima
e nem o vomito
sabem como me chamo
ainda assim, atravesso a dor,
atravesso
como se cruzasse um deserto sem fim
atravesso
o passado é só areia
o futuro é só areia
o presente areia
mas toda esta areia sempre se movimentando
e eu as cruzo sem pudores
envolvendo-me em sua dança
e atravessando-a
o rumo que não pode existir
e que existe.
serious and why?
Like a soap opera?
No, I couldn´t say this.
So why, then, this feeling?
this feeling of a comedy,
this feeling that I'm lost,
playing a role which it's not my blood?
And though, this desire of being another,
a different person;any other possible lifestyle.
But I have been choked myself a while
I don´t know how to be what I think I am
on the other hand, I don't know how to be any other
What is this situation, this action
I've been doing for so long?
A kind of situation that seems to be tender
and besides that so unatural
I can say I choose it
but, actually, I can even say that I'm not responsible for it
Myself, this way, torned apart.
Am I playing or just being this amount of experiences
this everyday's habit
this identity's routine
this doubt
and the silence knocking on the door
without answering my questions...
Like a soap opera?
No, I couldn´t say this.
So why, then, this feeling?
this feeling of a comedy,
this feeling that I'm lost,
playing a role which it's not my blood?
And though, this desire of being another,
a different person;any other possible lifestyle.
But I have been choked myself a while
I don´t know how to be what I think I am
on the other hand, I don't know how to be any other
What is this situation, this action
I've been doing for so long?
A kind of situation that seems to be tender
and besides that so unatural
I can say I choose it
but, actually, I can even say that I'm not responsible for it
Myself, this way, torned apart.
Am I playing or just being this amount of experiences
this everyday's habit
this identity's routine
this doubt
and the silence knocking on the door
without answering my questions...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Não tenho pressa
já tive e de nada
Mas gosto de ter este mel na boca
ensalivá-lo
gosto de ter essa sensação de presença
como um hálito
pelo corpo
gosto desta calma
às vezes estou num mar aberto
amplidões
e apenas estou pensando
gosto de perceber isso
até essa pequena dor
esta pequena insegurança
desde que venham nesta calma
Que o que é mais interessante é este instante
que não sei o que será
em que vejo o futuro como o presente
e a brisa por mim
perpassando
os cabelos são levados enquanto ando em frente
e o que está sempre ali é o físico que não some
mas que anda e que vê o cabelo para trás
que sabe das circuntâncias
mas não quer perder a oportunidade de gozar
esse pólen
eu tão abelha de tudo.
já tive e de nada
Mas gosto de ter este mel na boca
ensalivá-lo
gosto de ter essa sensação de presença
como um hálito
pelo corpo
gosto desta calma
às vezes estou num mar aberto
amplidões
e apenas estou pensando
gosto de perceber isso
até essa pequena dor
esta pequena insegurança
desde que venham nesta calma
Que o que é mais interessante é este instante
que não sei o que será
em que vejo o futuro como o presente
e a brisa por mim
perpassando
os cabelos são levados enquanto ando em frente
e o que está sempre ali é o físico que não some
mas que anda e que vê o cabelo para trás
que sabe das circuntâncias
mas não quer perder a oportunidade de gozar
esse pólen
eu tão abelha de tudo.
domingo, 16 de dezembro de 2012
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
gelatina
raiva que engulo
esta pasta gelatinosa
às vezes de refluxos
senti uma vez queimar meu pulmão.
continuarei:
-naquela advertência pelo uso incorreto do tempo, apenas porque dou despesas por cumprir com o meu trabalho, que poderia ser feito por qualquer um?
estorvo?
-hora do tempo que gastei por não ter experiência e despesa por não saber fazer ainda o que eu deveria estar aprendendo muito rápido e sem respiração?
- fedelho, aprendiz, nunca formado?
gelatinas.
mariposas tóxicas que querem explodir : asas batendo: pufts de fogo: pó.
gelatinas.
a goela em minhas mãos, enforcando...
preciso sair daqui.
senti uma vez meu fígado moer...
minha alienação fecunda de gastrites...
alienação de quê?
em que cofre depositei a verdade deste milênio, e sem esta verdade, como farei para lutar, não ser escravo,
atirar a primeira pedra porque sim eu fiz e prefiro a raiva à aceitação
atirar à queima roupa, à queima pele, à queima-mente!
Nunca vi gelatinas tão imprevisivelmente doces
e agora totalmente duras
esta pasta gelatinosa
às vezes de refluxos
senti uma vez queimar meu pulmão.
continuarei:
-naquela advertência pelo uso incorreto do tempo, apenas porque dou despesas por cumprir com o meu trabalho, que poderia ser feito por qualquer um?
estorvo?
-hora do tempo que gastei por não ter experiência e despesa por não saber fazer ainda o que eu deveria estar aprendendo muito rápido e sem respiração?
- fedelho, aprendiz, nunca formado?
gelatinas.
mariposas tóxicas que querem explodir : asas batendo: pufts de fogo: pó.
gelatinas.
a goela em minhas mãos, enforcando...
preciso sair daqui.
senti uma vez meu fígado moer...
minha alienação fecunda de gastrites...
alienação de quê?
em que cofre depositei a verdade deste milênio, e sem esta verdade, como farei para lutar, não ser escravo,
atirar a primeira pedra porque sim eu fiz e prefiro a raiva à aceitação
atirar à queima roupa, à queima pele, à queima-mente!
Nunca vi gelatinas tão imprevisivelmente doces
e agora totalmente duras
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
13h
Sonho de consumo?
consumo de sonho?
Mas como se pode ligar tão éter
com gelo?
O capitalismo
(a isto que damos tal nome)
faz as relações carbonígeas mais imprevisíveis...
mas e os sonho de sonhos?
utopias das pias?
- Não perscrutei o telescópio do tempo
E nem o oceano líquido do perene
e o tempo como roda, mesma rodovia e sempre outro asfalto, outra temperatura -
Entretanto me questiono sempre sobre esta fala
(
a verdade
)
Questiono sobre o consumo
do tempo
...................................do sonho
A dúvida também pode ser cinismo.
ou talvez a guerra, seca, em mão abertas
a suposta ebulição do sol
sangues pólvoras
- a guerra, plano do quê, de quem, para quem?
a correlação de forças como única atuação?
Consumo, sonho, tempo, guerra
Ontem eram 13h.
consumo de sonho?
Mas como se pode ligar tão éter
com gelo?
O capitalismo
(a isto que damos tal nome)
faz as relações carbonígeas mais imprevisíveis...
mas e os sonho de sonhos?
utopias das pias?
- Não perscrutei o telescópio do tempo
E nem o oceano líquido do perene
e o tempo como roda, mesma rodovia e sempre outro asfalto, outra temperatura -
Entretanto me questiono sempre sobre esta fala
(
a verdade
)
Questiono sobre o consumo
do tempo
...................................do sonho
A dúvida também pode ser cinismo.
ou talvez a guerra, seca, em mão abertas
a suposta ebulição do sol
sangues pólvoras
- a guerra, plano do quê, de quem, para quem?
a correlação de forças como única atuação?
Consumo, sonho, tempo, guerra
Ontem eram 13h.
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