segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

do incenso

Se te amo
com tão pouco
sim
poderia dizer que te amo


e sim talvez possua sonhos de futuro

mas quanto já perco,meu amor
porque nem mesmo vi um resvalar seu
no frio de hoje

e nem pude estender a capa de trapo
para que dividamos a
estúpida e ineficaz
ideia de conforto

nesse tolo frio...


mas quanto somos quentes agora
nossos corpos apesar da neve das ruas
nossos corpos como lâmpadas

não sei o que será e isso me assassina
sim confesso
porque quero que atinjamos

mas que projeto
que tenho
que poderemos ter?


Não, meu amor, não façamos promessas ao rabo do destino

ele está longe como a eternidade

sim, este instante
difuso como o vento
e indelével



é isto que preciso viver
alucinogenamente

o resto será meu isqueiro
aquela cinza


e o resto da fragrância
do incenso...

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