quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Atravessá-la mais uma vez
a dor
que parece voltar

e da qual pareço não ter nunca êxito

batalha de mãos atadas e

guerrear contra aviões em céu aberto

mas, não sou vítima,

o medo que anda sempre
a ansiedade reciclando-se
e mais uma vez voltei a

ruminar quando não queria


Mas o que foi que me fez assim
que me fez tão preocupado
amálgama confuso
de desespero?

até ontem, meu coração calmo
manso e sem velocidade.

hoje é este turbilhão de medos

- de novo estou olhando para o que mais temo

e por não conseguir sofrer , continuo ruminando.

sou como uma vaca maldita
no pasto verde
de manchas escuras

minha bile
remastigo
é como ficar encher um copo que nunca se finda
é como ficar caçando o ar

e eu aqui, sendo racional...
apenas uma lágrima, venha,
e a lágrima
e nem o vomito
sabem como me chamo


ainda assim, atravesso a dor,
atravesso
como se cruzasse um deserto sem fim
atravesso
o passado é só areia
o futuro é só areia
o presente areia

mas toda esta areia sempre se movimentando

e eu as cruzo sem pudores
envolvendo-me em sua dança
e atravessando-a

o rumo que não pode existir
e que existe.

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