Sempre de velho
ranzinza
rabugento
tudo porque
sempre exausto
sem energia
- foi-se.
E qual o motivo?
será que é aquela
tartaruga
meio camelo
carregando a bigorna
na carroça,
meio cavalo, quiçá,
meio burro?
Sempre de velho,
e irritadiço.
Reclamão
e estressado.
E por isso me odeio tanto
e por isso me odeiam tanto
Porque não sei o que é descanso
não sei o que é não ser senil
Sim, meu torcicolo
sim, meus olhos sempre caindo
levemente cochilando
e mais uma vez vem alguém me dizer o quão velho
de tanto trabalho
estou.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Por não ter
por não ter nada
nem como voltar
tive que continuar
andando
contei com ajuda
perdi a conta
perdi os conto
em contos
encontros
foi o passo dado,
despisado
e cheguei
como bêbado
em casa
a casa que não tinha nada
e me vi parado na porta
sem maçaneta
e me vi dentro
mas o céu, paredes perpassáveis
o silêncio era como a cama
naquele dia dormi
depois de caminhar muito
depois de ver muito
e sentir
ar que circula e some
sem nunca
queixar-se
em vaga
nem como voltar
tive que continuar
andando
contei com ajuda
perdi a conta
perdi os conto
em contos
encontros
foi o passo dado,
despisado
e cheguei
como bêbado
em casa
a casa que não tinha nada
e me vi parado na porta
sem maçaneta
e me vi dentro
mas o céu, paredes perpassáveis
o silêncio era como a cama
naquele dia dormi
depois de caminhar muito
depois de ver muito
e sentir
ar que circula e some
sem nunca
queixar-se
em vaga
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
vervento
angústia
como um cardume
de rochas e seus dentes
chifres
do aço assado
dobrado
sem qualquer resiliência
meu peito
vejo um tufão
sem giro
doloroso por sua parada
por sua instância de silêncio
e tudo pois tua mão não estica
não se apresenta para a tristeza do mundo
para a tragédia
está vivo
tua sorte te contempla
como aquela bússola
de navegantes de estrela
mas, não queres olhar o sangue no chão
Não queres ver a mão picada pela tua borboleta
não queres abrir um buraco para finalmente ver que o buraco pode existir
está aberto com as portas abertas com as janelas
o buraco
o buraco que é o inverso do sonho
e ao revés ainda o sonho
como o vento ao inverso.
como um cardume
de rochas e seus dentes
chifres
do aço assado
dobrado
sem qualquer resiliência
meu peito
vejo um tufão
sem giro
doloroso por sua parada
por sua instância de silêncio
e tudo pois tua mão não estica
não se apresenta para a tristeza do mundo
para a tragédia
está vivo
tua sorte te contempla
como aquela bússola
de navegantes de estrela
mas, não queres olhar o sangue no chão
Não queres ver a mão picada pela tua borboleta
não queres abrir um buraco para finalmente ver que o buraco pode existir
está aberto com as portas abertas com as janelas
o buraco
o buraco que é o inverso do sonho
e ao revés ainda o sonho
como o vento ao inverso.
Fugindo
sempre fugindo
e por isso tão angustiado
porque não consigo
capturar o sino
o sino que estala
a raiva
e aquela porção úmida e fétida
que reside no cansaço
no silêncio
profundo
no silêncio que dobra o corpo
instaura
eras de outro silêncios
que cada músculo
guarda
vigia
disciplina
negativamente
como uma cela
em que os prisioneiros
com o mesmo rosto
e todos iguais
olham-se uns para os outros e se auto-acusam
pois são todos os mesmos
todos criminosos
e o crime ainda perdido
perdido
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