Fugindo
sempre fugindo
e por isso tão angustiado
porque não consigo
capturar o sino
o sino que estala
a raiva
e aquela porção úmida e fétida
que reside no cansaço
no silêncio
profundo
no silêncio que dobra o corpo
instaura
eras de outro silêncios
que cada músculo
guarda
vigia
disciplina
negativamente
como uma cela
em que os prisioneiros
com o mesmo rosto
e todos iguais
olham-se uns para os outros e se auto-acusam
pois são todos os mesmos
todos criminosos
e o crime ainda perdido
perdido
Nenhum comentário:
Postar um comentário