sexta-feira, 21 de outubro de 2011

mesmice

Com meus amigos tenho qualquer desabafo,
qualquer compensação...

mas, eles são como eu, seres solitários,
desperdiçários de festas,
românticos sempre
de algum modo
românticos e fracos.

Na verdade, nunca poderia acreditar em meus amigos.
Não que não houvesse confiança
ou o encantamento da bajulação

o que se passa, é que eles muito me parecem
suas posturas anti-algo
suas vidas corrompidas por esta espécie de envenenamento
doses dos licores cirróticos da noção histórica
da suposta consciência...

E nossas vidas
o zarolho caos do impossível
não somos grandes
não chegaremos a nada

estaremos no mesmo bar
a mesma cerveja
outra garrafa porém

e os motes, as mortes,


um belo dia acordaremos
o despertador não sera a carabina inimiga
nem mesmo o cheque de um milhão de dólares e o nosso corrompimento
e a nossa corrupção

lá estará o despertador,
o mesmo horário,
o mesmo acordar
a mesma vida repetitiva que só se vive para esperar a morte
ou, menos trágico, a aposentadoria;

o despertador.

sim, ele,
sim, eu,
o mesmo.

- indelévelmente
o mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário