segunda-feira, 2 de agosto de 2010

agradecimento.

a morte é o agradecimento
de como existimos
faço, fiz, farei
e tudo isso foi em prol
de dores
de amores
de vazios
e plenitudes

Porque existo, existi e existirei
e ao meu lado, vi pessoas as mais retilíneas e disformes

A elas pude dar-lhes algo
e me sinto também retribuído.

Não pagamos nada
no entanto
ganhamos algo

e sinto que quando morrer
poderei apenas dizer
fui mudei e transformei

e sei que também
todos foram mudaram tranformaram-se

porque houve a possibilidade da troca

e a troca ampliou
a possibilidade das substâncias.

sim,
quando eu morrer
morrerei
agradecendo os amigos
os estranhos
os próximos

e até a terra
por ela fazer de mim
algo.

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