as we live our selfish lives
purporting to have altruistic behavior;
as we live like sheeps
nourished of green grass
and shit;
as we live with our duty
- with our painstaking work
and our pusillanimous hands;
with our misconduct
and
...........................on the other hand
our relantionship with the stablishment;
those foreign faces can't see
a sign of our lives
in their grieving, skeptic hope.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
sob o silêncio
nas brumas deste silêncio
no seu véu de calmaria
deixo apenas ventar;
não desejo o silêncio vítima
que se cala no ressentimento
e que forceja piedade
Não quero também
o silêncio dos arrogantes
que se calam em suas enormes pernas de pau
não escutam, não entendem, não refletem.
quero aquele silêncio vagaroso...
suas mãos sobre mim
e observo os entes, objetos,
vazios
E uma espécie de plenitude
espontanemente me cala
e cada detalhe é como
a comunicação possível de tudo.
paro de olhar apenas
estou num espécie de transe
não vejo mais do que
a camada das coisas
sejam conceitos
sejam ilusões
mas são as coisas
elas mesmas.
no seu véu de calmaria
deixo apenas ventar;
não desejo o silêncio vítima
que se cala no ressentimento
e que forceja piedade
Não quero também
o silêncio dos arrogantes
que se calam em suas enormes pernas de pau
não escutam, não entendem, não refletem.
quero aquele silêncio vagaroso...
suas mãos sobre mim
e observo os entes, objetos,
vazios
E uma espécie de plenitude
espontanemente me cala
e cada detalhe é como
a comunicação possível de tudo.
paro de olhar apenas
estou num espécie de transe
não vejo mais do que
a camada das coisas
sejam conceitos
sejam ilusões
mas são as coisas
elas mesmas.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
e eu que pensava que não era nada para o ar
descobri que até quem respira se importa
pois nada passa incólume
nem aquela rota derradeira em que já vejo os ossos longes as carnes distantes e as percepções
nem mesmo ela soube calar a voz daqueles que sofreram com a partida de um estrangeiro
sua despedida desconhecida as imagens de seu rosto esquecido e tão significativo
nem mesmo o obscuro de suas pegadas limpas pelos jorros das mangueiras
e nem aquela estátua que o olhava, abandonando sua vista eterna àquele que nunca mais voltaria
nada passa incólume
nem mesmo o desprezo da vela e sua pequena fumaça escorregadia
quantos séculos acesos e apagados e
em nossas ruas aquele casaco - experiência de vidas passadas pairando na silhueta histórica daquele senhor, seu semblante, sua boca em nós
e a história de seus parentes, sua língua murmurejante de instruções antigas,
suas músicas e os nossos estalos e assobios tão semelhantes e ainda distantes
mas capazes de surpreender aquele homem
e surpreender a nós mesmos
com seu calor insuportável e ancestral de ontem.
Não nada é incólume
nem uma boca ou espada
nem mesmo aquela fragrância dormindo apenas lembrança
do que uma vez foi existido
e as marcas e manchas por debaixo dos pedregulhos das ruas e suas lamas de detritos
e as gramas entre os paralelepípedos
e as indecentes proposta de urinar na rua, defecar nos grandes centros,
fazer amor no meio daquela grande avenida
nunca sequer realizados
mas o pensamento e a audácia residindo vivas
na manhã
quando o sol trouxe sua violância de queirmar
seu cheiro enegrecido e quente nas pólens
e sua virilidade sobejando por entre as colunas de mármores
abrasando os telhados, separando a neve do trigo
o joio das rusgas das aves
e as areias, do tempo
não nada é incólume
nem mesmo aquela luva por sobre a espema camada de pêlos
exaurida de calos, experienciada de emoções
de lamentos e arroubos
e o coração saindo em tornados
as patas de uma fera cruzando uma rodovia
no ilógico da vida
em seu desprotejimento
tudo para ir contra aquela cadeia de aço
lugar dos meus irmãos entristecidos
e seus olhos já eternizados em quadrados
porque aceitam a culpa que lhes foi imposta
suas sequelas indeléveis
como um gatilho
simples o ato de descer o dedo
apertá-lo
simples o ato de ser hoje inocente
e amanhã culpado
quando a culpa nunca existiu
porque nunca houve juízes
sequer advogados competentes
ou leis verdadeiramente não exclusivas
Não nada passa, passou incólume
nem mesmo aquele palito de dente
ou fósforo
que rolou quebrou os vidros, as traves
queimou casas, mansões, dias úteis
feriados prolongados
e até multirões de anos inconsoláveis
com seu peso deitado sobre os ombros e
o aviso de despejo
atrás da orelha
gritando adeus
nada passa incólume
nem mesmo o cansaço
do anterior
vozes do passados
cada vez mais o eco
rumorejando...
e hoje escuto apenas o eco
do eco do eco
de uma lembrança
e ainda
em eco.
cada vez mais o eco
rumorejando...
e hoje escuto apenas o eco
do eco do eco
de uma lembrança
e ainda
em eco.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Coriny RedHurt
Os picumãs de um vermelho Diva brilhantes, a risca lateral direita, deixando a franja extensa do lado esquerdo do rosto, e de ambos os lados, os fios, sem pontas duplas, devidamente repicados; os óculos de sol com lentes de carbono, com microtachas níqueis nas hastes, envolvendo e destacando o emblema:
..............................PRADA...............................
Afinal para pensar em uma marca como esta, alguns segundos de silêncio são necessários. Ainda mais depois que se deu a elza pra tê-los, daí, vale o dobro! Claro!!
A camiseta dark-blue, estampada com o nome da banda Motley Crue e, abaixo do nome, a foto da banda. A camiseta era, de verdade, emprestada do irmão (sem ele ver, é óbvio...) e customizada por ela: ajustada na cintura de forma a enfatizar as suas curvas, o comprimento mantido, para que o umbiguinho não aparecesse (afinal, não rola o umbiguinho de fora, né?) e as anteriores mangas, agora transformadas em duas alças finas, uma delas cobrindo uma pequena parte de uma tatuagem em formato de código de barras tremido e, abaixo de tal código, o recado “NOT FOR SALE”. Seguindo a tendência fashion ainda, sobre a meia-calça, uma micro-saia tulipa com o tecido estampado de oncinha. Esta era Coriny e além ser hype, era babado!
Mas não era só o que uma aparência pudesse dizer, tinha consciência das coisas. É claro que podia entender que os programas que passavam na Tevê não tinham nada a ver com a vida, como assim, alguém realmente podia acreditar que os Reality Shows não eram feitos de pessoas selecionadas? Certeza que eram pessoas de baladas, e que, no fundo, tudo era combinado.
Sabia também que a vida não era fácil. Não se pode viver o que está nos outdoors, nem mesmo o que está na Vogue, e, muito menos, o que aparece nos filmes hollywoodianos. A vida era sempre outra, os aluguéis que o dissessem... o fim do mês acabava com qualquer esperança de comprar um perfume Channel, número 5, eternizado por Marylin Monroe.
E a existência também não era só moda. Mas esta consumia, de fato, grande parte de seu tempo e de seu dinheiro. Era o Ó ser estilista,mas todos achavam fácil, viam nos desfiles os tecidos, os desenhos,as cores , o luxo, as modelos onde tudo veste bem ,o glamour, os vestidos – as imagens mentirosas, disfarçadas de inspirações luxuriantes de seus estilistas internacionais, todas elas, apenas vestidos descartáveis, de breve passagem, a duração de alguns passos até o público leigo, a pose, os flashes, fotos, e após, o desprezo das costas, e nunca mais se vê sequer um fio (que fosse solto) daquele vestido . Era naquilo que acreditavam. E só.
O que nunca imaginavam era o processo... Coriny passava muito tempo de seus dias sentada em uma mesa, em frente a um computador, dentro de uma empresa – empresa esta em que um praticamente animal (exceto nos dias de pagamento e aumento de salário) capitalista (e é melhor nem especificar o animal...), nunca cansado do nepotismo, emprega vó, mãe, filha, sobrinha e até o Lulu, gatinho lindo, mas irritantemente solto com seu ar superior de, sim, já fiz e não vou me limpar, limpe! .
E não era só isso, se fosse, era suportável. Contudo, existiam ainda a aglomeração dos diversos setores da empresa em uma mesma sala. O departamento de estilo, respeitado por seu glamour incorrigível, com seus e suas estilistas de quatro, no chão, colando recortes de revistas estrangeiras, mal pagas ainda, em um isopor texturizado de poeira – que apresentam as novas tendências de uma super marca, com os seus highfashions perendengues: a nova sillouette para saias, saia cintura alta, saia-lápis, saia tulipa, mini-saia, saia-ou-não-saia; as novas lavagens de jeans e suas modelagens: calça-cenoura (para vegetarianos), calça cigarrete (para fumantes) ,calça skinny, calça saruel, calça boot CUT (para bêbes),calça bag (para mochileiros), calça boyfriends (estranhamente, para lésbicas); as cores infindáveis e seus nomes pertinentes e escalafobéticos : os inúmeros tons :
1-rosa: rosa-ninfa; rosa Dafne; rosa-pó-de-arroz; rosa-corpocavernoso; rosa-bumbum-de-nenem; rosa-nice; rosa-astral; rosa-melão-perfumado; rosa-inspiração-poética; rosa-celebração; rosa-chiclete-tutti-frutti.
2-vermelho e branco: vermelho-menorréia; vermelho-tomate-seco-pisado;vermelho-vermelhasco-vermelhusco-vermelhão; vermelho-analnomarron;branco-sussurro;branco-suspiro;branco-porcelana; branco-pelicano;branco-névoa-de-gramado;branco-marmota; branco-arroz-doce; Gazobranco.
3 – entre muitos outros.
E isso fora só aquela manhã, a descrição dos outras partes do dia seria praticamente seu suicídio, se lembrasse daquela rotina a cada instante. E era por isso que evitava. Gostava da moda, não tanto pelo seu status, mas pela capacidade hiper criativa que se podia retirar dela. No fundo, Coriny gostava mesmo era do aspectos divertidos da moda, e os ares afetados advindos desse mundo, na verdade, significavam todo um arranjo legal à beça (afinal, o retrô é in), por mais que, por vezes, ela acreditasse que aquilo era apenas ostentação.
E, a bem dizer, aquele dia fora difícil, nada pior do que fazer fichas técnicas. Naquela data, foram apenas 50, número que pode parecer pequeno, mas quando se pensa em todos os detalhes, vira um inferno, credo! Também, porque quando se fala de clientes mulheres, a coisa vira um inferno múlllltiplo. Cada minúsculo detalhe é um diabo-nos-acuda! E não adianta, nunca, nunca estão contentes. Em moda, nunca se é especialista, por mais que se estude a vida inteira para isso, as clientes sempre acham que sabem mais. É por isso, aliás, que se pode criar tantas coisas esdrúxulas para agradá-las, toda racha, no fundo, precisa preencher aquele espaço vazio do seu íntimo, sabe?
Era tarde, hora de sair do serviço. Passada, ela apontou para o táxi, fazendo a angélica. O trânsito, o trânsito e mais o trânsito. O taxista que não parava de falar... falar e mais falar. Seria melhor descer e ir de metrô. Ai que uó!
Foi o que fez.
Descendo as escadarias, logo viu, aquela coisa horrenda. Ficou beeeige!!! É...aquela coisa, infelizmente era uma pessoa. E Como é que pode? Dezenas de bets, sem a menor noção, precisa disso ?!! Uma com a barrigona de fora, cheiinha de celulite, grávida,só pode ser, com seu piercingão quase que uma âncora, vai afundar ,hein, querida? Outra, com o tamancão de plástico (para fingir de cristal, que eu sei, ) ; aquela ali, ai... que catreva!!! Fez a cowgirl e entuchou a calça no edi! E se ela quiser fazer o número dois, vai arrancar com a pinça? E aquela loira lá, o cabelo até que tá bonito,afinal, com chapinha, hoje em dia todas podemos ter cabelos Mara, h-e-l-l-o: hellooouu?!! E aquele lá com cara de joelho,só no botox, reencarna, biu! acha que saiu de casa pra ser Barbie ...mas você é Susie! Bunda grande e coxa grossa e .... baixinha!!!!
Ai meu deus, ajuda que as rachas tão tudo errada aqui!!! Cansei... passou por dezenas de pessoas, todas ho-rro-ro-sas... Ai, mas eu tenho que compreender as pessoas, ninguém tem o mesmo conhecimento de moda que eu tenho...Mas ...como o meu professor de Yoga me falou, eu tenho que trabalhar a minha paciência e a minha compaixão... acho que não é justo, acabar de sair do trabalho e já ver isso logo de uma vez... Será que se eu fechar os olhos, deus perdoa eles de serem feios?
Nesse instante, Coriny olhou o lado e viu um bêbado e uma dezenas de pessoas alvoroçadas, uma mulher querendo bater no bêbado com uma bolsa Louis-Vuitton
Peraí,
PARA TUDO!!!!!!!!!!
pra que estragar uma Louis-vuitton na cabeça de um bêbado piolhento?
Depois, voltou a si, mais calma, respirou - um , dois, três : inspira...um dois três...expira , pronto, agora sim! .
E finalmente (e bota finalmente nisso), Coriny entrou no metrô. E, como sempre, ele estava lotado. Não bastasse o fato de ter entrado esmaguetadamente no metrô, algo a surpreendo assim que tocou a campainha...
- gente, eu já esperei três metrôs passarem, todos lotadíssimos e eu preciso entrar...
Os olhos de cada passageiros, arregalados. Aquilo não podia acontecer. Tudo bem, vá lá, serem empurrados, comprimidos, esmagados... mas aquilo era sem noção - de repente, uma rechonchuda senhora enxundiosa, virou-se de costas, foi caindo (com suas imensas sacolas, proporcionais ao seu semblante) com como uma avalanche.
Quando a porta se fechou, Coriny quase ficou sem ar... Era um filme de Holywood, uma comédia nada romântica, ou pior, com aqueles rostos todos, era trash, muuuuito trash...
As luzes se apagaram. O calor das pessoas pareceu aumentar, alguns homens no fundo começaram a se estapear, tentando , pela força bruta, saber quem estava mais fodido.
A face toda exprimida no vitrô do metrô, por causa do estouro da boiada ...
E o pior de tudo você não sabe, ela estragou toda a sua maquiagem e a sua chapinha!
Terrível!!!
.................................................
Este texto foi composto para o o site : http://vampire.rpg-boards.com/
E, em relação a ele é cabível um comentário. É fato que hoje é moda a escrita de vampiros, ainda mais seguindo o módulo do Vampire, the masquerade. O fato é que ete site é a retomada de um projeto anterior, ou seja, é um site reestruturado. Mas ele não foi prejudicado, porque a maior parte de seus integrantes continua residindo lá. Além disso, sobre participar de um projeto vampire, num mundo tão cheio de vampiros, qual razão disso?
Pelo seguinte. Vampiros são assunto interessante, vindo da parte boa do romantismo, ou seja, a mais sombria. Por outro lado, a questão da imortalidade (somada a uma certa morbidez)pode ser assunto de grande força, se administrada competentemente.
E como o site esbanja em competência, vemos que os nossos autores não entram num execício do clichê vampírico e posso afirmar, até quem não gosta da temática cainita, gostará deste site, uma vez que a qualidade literária de seus autores rende, verdadeiramente, páginas legítimas de boa literatura.
Este personagem, Coriny, é parte integrante deste site e como se pode ver, ela é uma pequena amostra da maleabilidade do site.
Espero que visitem e gostem,
Abraço.
Obs: Agradeço especialmente à Bruna, que me ajudou muito nesse texto. Todo o conhecimento de moda que me é fajuto, foi adquirido de sua ajuda cabal para o texto. Inclusive de peculiaridades referentes ao dia a dia da moda. Sem ela este texto não seria possível. Beijos únicos a ela!!!! aeeeeeeeeeeeee
..............................PRADA...............................
Afinal para pensar em uma marca como esta, alguns segundos de silêncio são necessários. Ainda mais depois que se deu a elza pra tê-los, daí, vale o dobro! Claro!!
A camiseta dark-blue, estampada com o nome da banda Motley Crue e, abaixo do nome, a foto da banda. A camiseta era, de verdade, emprestada do irmão (sem ele ver, é óbvio...) e customizada por ela: ajustada na cintura de forma a enfatizar as suas curvas, o comprimento mantido, para que o umbiguinho não aparecesse (afinal, não rola o umbiguinho de fora, né?) e as anteriores mangas, agora transformadas em duas alças finas, uma delas cobrindo uma pequena parte de uma tatuagem em formato de código de barras tremido e, abaixo de tal código, o recado “NOT FOR SALE”. Seguindo a tendência fashion ainda, sobre a meia-calça, uma micro-saia tulipa com o tecido estampado de oncinha. Esta era Coriny e além ser hype, era babado!
Mas não era só o que uma aparência pudesse dizer, tinha consciência das coisas. É claro que podia entender que os programas que passavam na Tevê não tinham nada a ver com a vida, como assim, alguém realmente podia acreditar que os Reality Shows não eram feitos de pessoas selecionadas? Certeza que eram pessoas de baladas, e que, no fundo, tudo era combinado.
Sabia também que a vida não era fácil. Não se pode viver o que está nos outdoors, nem mesmo o que está na Vogue, e, muito menos, o que aparece nos filmes hollywoodianos. A vida era sempre outra, os aluguéis que o dissessem... o fim do mês acabava com qualquer esperança de comprar um perfume Channel, número 5, eternizado por Marylin Monroe.
E a existência também não era só moda. Mas esta consumia, de fato, grande parte de seu tempo e de seu dinheiro. Era o Ó ser estilista,mas todos achavam fácil, viam nos desfiles os tecidos, os desenhos,as cores , o luxo, as modelos onde tudo veste bem ,o glamour, os vestidos – as imagens mentirosas, disfarçadas de inspirações luxuriantes de seus estilistas internacionais, todas elas, apenas vestidos descartáveis, de breve passagem, a duração de alguns passos até o público leigo, a pose, os flashes, fotos, e após, o desprezo das costas, e nunca mais se vê sequer um fio (que fosse solto) daquele vestido . Era naquilo que acreditavam. E só.
O que nunca imaginavam era o processo... Coriny passava muito tempo de seus dias sentada em uma mesa, em frente a um computador, dentro de uma empresa – empresa esta em que um praticamente animal (exceto nos dias de pagamento e aumento de salário) capitalista (e é melhor nem especificar o animal...), nunca cansado do nepotismo, emprega vó, mãe, filha, sobrinha e até o Lulu, gatinho lindo, mas irritantemente solto com seu ar superior de, sim, já fiz e não vou me limpar, limpe! .
E não era só isso, se fosse, era suportável. Contudo, existiam ainda a aglomeração dos diversos setores da empresa em uma mesma sala. O departamento de estilo, respeitado por seu glamour incorrigível, com seus e suas estilistas de quatro, no chão, colando recortes de revistas estrangeiras, mal pagas ainda, em um isopor texturizado de poeira – que apresentam as novas tendências de uma super marca, com os seus highfashions perendengues: a nova sillouette para saias, saia cintura alta, saia-lápis, saia tulipa, mini-saia, saia-ou-não-saia; as novas lavagens de jeans e suas modelagens: calça-cenoura (para vegetarianos), calça cigarrete (para fumantes) ,calça skinny, calça saruel, calça boot CUT (para bêbes),calça bag (para mochileiros), calça boyfriends (estranhamente, para lésbicas); as cores infindáveis e seus nomes pertinentes e escalafobéticos : os inúmeros tons :
1-rosa: rosa-ninfa; rosa Dafne; rosa-pó-de-arroz; rosa-corpocavernoso; rosa-bumbum-de-nenem; rosa-nice; rosa-astral; rosa-melão-perfumado; rosa-inspiração-poética; rosa-celebração; rosa-chiclete-tutti-frutti.
2-vermelho e branco: vermelho-menorréia; vermelho-tomate-seco-pisado;vermelho-vermelhasco-vermelhusco-vermelhão; vermelho-analnomarron;branco-sussurro;branco-suspiro;branco-porcelana; branco-pelicano;branco-névoa-de-gramado;branco-marmota; branco-arroz-doce; Gazobranco.
3 – entre muitos outros.
E isso fora só aquela manhã, a descrição dos outras partes do dia seria praticamente seu suicídio, se lembrasse daquela rotina a cada instante. E era por isso que evitava. Gostava da moda, não tanto pelo seu status, mas pela capacidade hiper criativa que se podia retirar dela. No fundo, Coriny gostava mesmo era do aspectos divertidos da moda, e os ares afetados advindos desse mundo, na verdade, significavam todo um arranjo legal à beça (afinal, o retrô é in), por mais que, por vezes, ela acreditasse que aquilo era apenas ostentação.
E, a bem dizer, aquele dia fora difícil, nada pior do que fazer fichas técnicas. Naquela data, foram apenas 50, número que pode parecer pequeno, mas quando se pensa em todos os detalhes, vira um inferno, credo! Também, porque quando se fala de clientes mulheres, a coisa vira um inferno múlllltiplo. Cada minúsculo detalhe é um diabo-nos-acuda! E não adianta, nunca, nunca estão contentes. Em moda, nunca se é especialista, por mais que se estude a vida inteira para isso, as clientes sempre acham que sabem mais. É por isso, aliás, que se pode criar tantas coisas esdrúxulas para agradá-las, toda racha, no fundo, precisa preencher aquele espaço vazio do seu íntimo, sabe?
Era tarde, hora de sair do serviço. Passada, ela apontou para o táxi, fazendo a angélica. O trânsito, o trânsito e mais o trânsito. O taxista que não parava de falar... falar e mais falar. Seria melhor descer e ir de metrô. Ai que uó!
Foi o que fez.
Descendo as escadarias, logo viu, aquela coisa horrenda. Ficou beeeige!!! É...aquela coisa, infelizmente era uma pessoa. E Como é que pode? Dezenas de bets, sem a menor noção, precisa disso ?!! Uma com a barrigona de fora, cheiinha de celulite, grávida,só pode ser, com seu piercingão quase que uma âncora, vai afundar ,hein, querida? Outra, com o tamancão de plástico (para fingir de cristal, que eu sei, ) ; aquela ali, ai... que catreva!!! Fez a cowgirl e entuchou a calça no edi! E se ela quiser fazer o número dois, vai arrancar com a pinça? E aquela loira lá, o cabelo até que tá bonito,afinal, com chapinha, hoje em dia todas podemos ter cabelos Mara, h-e-l-l-o: hellooouu?!! E aquele lá com cara de joelho,só no botox, reencarna, biu! acha que saiu de casa pra ser Barbie ...mas você é Susie! Bunda grande e coxa grossa e .... baixinha!!!!
Ai meu deus, ajuda que as rachas tão tudo errada aqui!!! Cansei... passou por dezenas de pessoas, todas ho-rro-ro-sas... Ai, mas eu tenho que compreender as pessoas, ninguém tem o mesmo conhecimento de moda que eu tenho...Mas ...como o meu professor de Yoga me falou, eu tenho que trabalhar a minha paciência e a minha compaixão... acho que não é justo, acabar de sair do trabalho e já ver isso logo de uma vez... Será que se eu fechar os olhos, deus perdoa eles de serem feios?
Nesse instante, Coriny olhou o lado e viu um bêbado e uma dezenas de pessoas alvoroçadas, uma mulher querendo bater no bêbado com uma bolsa Louis-Vuitton
Peraí,
PARA TUDO!!!!!!!!!!
pra que estragar uma Louis-vuitton na cabeça de um bêbado piolhento?
Depois, voltou a si, mais calma, respirou - um , dois, três : inspira...um dois três...expira , pronto, agora sim! .
E finalmente (e bota finalmente nisso), Coriny entrou no metrô. E, como sempre, ele estava lotado. Não bastasse o fato de ter entrado esmaguetadamente no metrô, algo a surpreendo assim que tocou a campainha...
- gente, eu já esperei três metrôs passarem, todos lotadíssimos e eu preciso entrar...
Os olhos de cada passageiros, arregalados. Aquilo não podia acontecer. Tudo bem, vá lá, serem empurrados, comprimidos, esmagados... mas aquilo era sem noção - de repente, uma rechonchuda senhora enxundiosa, virou-se de costas, foi caindo (com suas imensas sacolas, proporcionais ao seu semblante) com como uma avalanche.
Quando a porta se fechou, Coriny quase ficou sem ar... Era um filme de Holywood, uma comédia nada romântica, ou pior, com aqueles rostos todos, era trash, muuuuito trash...
As luzes se apagaram. O calor das pessoas pareceu aumentar, alguns homens no fundo começaram a se estapear, tentando , pela força bruta, saber quem estava mais fodido.
A face toda exprimida no vitrô do metrô, por causa do estouro da boiada ...
E o pior de tudo você não sabe, ela estragou toda a sua maquiagem e a sua chapinha!
Terrível!!!
.................................................
Este texto foi composto para o o site : http://vampire.rpg-boards.com/
E, em relação a ele é cabível um comentário. É fato que hoje é moda a escrita de vampiros, ainda mais seguindo o módulo do Vampire, the masquerade. O fato é que ete site é a retomada de um projeto anterior, ou seja, é um site reestruturado. Mas ele não foi prejudicado, porque a maior parte de seus integrantes continua residindo lá. Além disso, sobre participar de um projeto vampire, num mundo tão cheio de vampiros, qual razão disso?
Pelo seguinte. Vampiros são assunto interessante, vindo da parte boa do romantismo, ou seja, a mais sombria. Por outro lado, a questão da imortalidade (somada a uma certa morbidez)pode ser assunto de grande força, se administrada competentemente.
E como o site esbanja em competência, vemos que os nossos autores não entram num execício do clichê vampírico e posso afirmar, até quem não gosta da temática cainita, gostará deste site, uma vez que a qualidade literária de seus autores rende, verdadeiramente, páginas legítimas de boa literatura.
Este personagem, Coriny, é parte integrante deste site e como se pode ver, ela é uma pequena amostra da maleabilidade do site.
Espero que visitem e gostem,
Abraço.
Obs: Agradeço especialmente à Bruna, que me ajudou muito nesse texto. Todo o conhecimento de moda que me é fajuto, foi adquirido de sua ajuda cabal para o texto. Inclusive de peculiaridades referentes ao dia a dia da moda. Sem ela este texto não seria possível. Beijos únicos a ela!!!! aeeeeeeeeeeeee
segunda-feira, 12 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
passante
Aniversário
e como soa e ressoa
um dia nasce
e morre uma duas
qualquer pessoa
o que fica será
giz esse de cera?
em debuxos
e bustos nunca feitos
soma-se uma alínea nova
que se lembre
que se esqueça
que se deite por terra
ou que se brote
remendos e novos arranjos
fugas musicais
canons repetidos
sem a sequer celebridade de um tenor
sequer um barítono
ou uma página escrita
para a porteridade
as linhas que constitui
são a sobrepágina
de algo mais embaixo
das notas
que deixei para mim mesmo
no silêncio
existe a timidez
e nela
a vida erigida a lápis
sombroso
apenas para que eu pudesse ver
o semblante oculto
de meus anos
compassados
e passantes.
e como soa e ressoa
um dia nasce
e morre uma duas
qualquer pessoa
o que fica será
giz esse de cera?
em debuxos
e bustos nunca feitos
soma-se uma alínea nova
que se lembre
que se esqueça
que se deite por terra
ou que se brote
remendos e novos arranjos
fugas musicais
canons repetidos
sem a sequer celebridade de um tenor
sequer um barítono
ou uma página escrita
para a porteridade
as linhas que constitui
são a sobrepágina
de algo mais embaixo
das notas
que deixei para mim mesmo
no silêncio
existe a timidez
e nela
a vida erigida a lápis
sombroso
apenas para que eu pudesse ver
o semblante oculto
de meus anos
compassados
e passantes.
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