segunda-feira, 5 de abril de 2010

passante

Aniversário

e como soa e ressoa

um dia nasce

e morre uma duas

qualquer pessoa

o que fica será

giz esse de cera?

em debuxos

e bustos nunca feitos

soma-se uma alínea nova

que se lembre

que se esqueça

que se deite por terra

ou que se brote

remendos e novos arranjos

fugas musicais

canons repetidos

sem a sequer celebridade de um tenor

sequer um barítono

ou uma página escrita

para a porteridade

as linhas que constitui

são a sobrepágina

de algo mais embaixo

das notas

que deixei para mim mesmo

no silêncio

existe a timidez

e nela

a vida erigida a lápis

sombroso

apenas para que eu pudesse ver

o semblante oculto

de meus anos

compassados

e passantes.

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