nas brumas deste silêncio
no seu véu de calmaria
deixo apenas ventar;
não desejo o silêncio vítima
que se cala no ressentimento
e que forceja piedade
Não quero também
o silêncio dos arrogantes
que se calam em suas enormes pernas de pau
não escutam, não entendem, não refletem.
quero aquele silêncio vagaroso...
suas mãos sobre mim
e observo os entes, objetos,
vazios
E uma espécie de plenitude
espontanemente me cala
e cada detalhe é como
a comunicação possível de tudo.
paro de olhar apenas
estou num espécie de transe
não vejo mais do que
a camada das coisas
sejam conceitos
sejam ilusões
mas são as coisas
elas mesmas.
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