terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
poemeto
A armadura na pele
protege por fora
por dentro impele
impele impedindo
ou às vezes expelindo
aquilo que não se quis
outrora
a pele armadura
a ranhura e o desejo
quer a dor e não o pejo
quer a derme que se dura
que se dura, sem dor
quer mais que a amizade
quer mais que o amor
quer a vida, a liberdade
nem sequer visa
uma cor.
Príncipe encantado
Hoje você não salvará ninguém
ninguém precisa da sua ajuda
Os castelos apenas edifícios
Não há vestidos nas mulheres
Apenas talleures e blusinhas
Não, os dragões dormem
Ou você é que sonhava
e você não é bonito
como esperava
olhou-se no espelho pela manhã
era você que precisava ser salvo
Você com esta barba gigante
o cabelo desgrenhado
as roupas fedidas
você e o álcool
Não, nenhuma espécie de princesa
para que você possa salvar
nenhum ofício galante
nenhuma vitória
Hoje, príncipe encantado
apenas um homem de terno
sem família
ou acaso tivesse:
o problema
Você, príncipe,
Sempre o segundo
sempre esperando
Ir atrás da princesa
como com toda esta insegurança?
Ademais, ninguém mais precisa ser salvo
você já o sabe, lembra?
A tua armadura é fajuta
Tua espada, plástico,
parece ainda aquela criança com a pistola de barulho nas mãos atirando ao ar e achando-se cruel, maldito, beligerante
Hoje, príncipe encantado,
a emancipação da mulher
pela própria mulher
e você ainda aí
com este escudo?
e queres ouvir
queres compreender
queres ser silencioso
amoroso
Você, cavaleiro encantado,
se buscar a cura, a salvação
apenas causará mais problemas
ninguém mais quer messias, ou cavalos.
Você, nobre distinto,
não viu
que todos já sabem que a única salvação
é encontrar-se a si próprio
salvar-se a si mesmo
a isto nesta época determinaram autonomia
e você ainda na ideia de salvar-se salvando
Tua solidão, meu caro amigo,
quem te salvará dela?
Quem te salvará quando a princesa quiser fumar um cigarro longe, bem longe?
Quem te salvará, seu louco,
das negações
das acusações de sequestro,
dos vaticínios de mortes sem grandes feitos
da banalidade
da tristeza
e do suicídio?
Tu mesmo?
Mas, apenas sabes ter a função de se encantar
e encantar
quanto tempo pode durar um feitiço
alguns instantes
poucos meses
a vida inteira?
E quem o jogará
todos os merlins já se foram
tens apenas o parafuso de amigo
os documentos do serviço
os bares, o entretenimento,
algumas séries de tv
alguns desenhos
quem sabe uma bicicleta de final de semana?
Não cavaleiro, perdeste a cabeça?
e agora, ser terrorista,
num mundo em que o terror é vendido
na capa da revista?
Cavaleiro, príncipe encantado,
nem mais lenda
nem mais final feliz
vai tomar banho mais um dia
passar a toalha nas costas
e já se sentir suando de novo
tomar o café
sonolento
ir trabalhar
agora verás as lendas
e elas não tem nenhuma graça
nem graals nem garladões
Apenas tua cabeça baixa
esperando metrô, o ônibus
e reclamando
de que alguém deveria fazer alguma coisa.
ninguém precisa da sua ajuda
Os castelos apenas edifícios
Não há vestidos nas mulheres
Apenas talleures e blusinhas
Não, os dragões dormem
Ou você é que sonhava
e você não é bonito
como esperava
olhou-se no espelho pela manhã
era você que precisava ser salvo
Você com esta barba gigante
o cabelo desgrenhado
as roupas fedidas
você e o álcool
Não, nenhuma espécie de princesa
para que você possa salvar
nenhum ofício galante
nenhuma vitória
Hoje, príncipe encantado
apenas um homem de terno
sem família
ou acaso tivesse:
o problema
Você, príncipe,
Sempre o segundo
sempre esperando
Ir atrás da princesa
como com toda esta insegurança?
Ademais, ninguém mais precisa ser salvo
você já o sabe, lembra?
A tua armadura é fajuta
Tua espada, plástico,
parece ainda aquela criança com a pistola de barulho nas mãos atirando ao ar e achando-se cruel, maldito, beligerante
Hoje, príncipe encantado,
a emancipação da mulher
pela própria mulher
e você ainda aí
com este escudo?
e queres ouvir
queres compreender
queres ser silencioso
amoroso
Você, cavaleiro encantado,
se buscar a cura, a salvação
apenas causará mais problemas
ninguém mais quer messias, ou cavalos.
Você, nobre distinto,
não viu
que todos já sabem que a única salvação
é encontrar-se a si próprio
salvar-se a si mesmo
a isto nesta época determinaram autonomia
e você ainda na ideia de salvar-se salvando
Tua solidão, meu caro amigo,
quem te salvará dela?
Quem te salvará quando a princesa quiser fumar um cigarro longe, bem longe?
Quem te salvará, seu louco,
das negações
das acusações de sequestro,
dos vaticínios de mortes sem grandes feitos
da banalidade
da tristeza
e do suicídio?
Tu mesmo?
Mas, apenas sabes ter a função de se encantar
e encantar
quanto tempo pode durar um feitiço
alguns instantes
poucos meses
a vida inteira?
E quem o jogará
todos os merlins já se foram
tens apenas o parafuso de amigo
os documentos do serviço
os bares, o entretenimento,
algumas séries de tv
alguns desenhos
quem sabe uma bicicleta de final de semana?
Não cavaleiro, perdeste a cabeça?
e agora, ser terrorista,
num mundo em que o terror é vendido
na capa da revista?
Cavaleiro, príncipe encantado,
nem mais lenda
nem mais final feliz
vai tomar banho mais um dia
passar a toalha nas costas
e já se sentir suando de novo
tomar o café
sonolento
ir trabalhar
agora verás as lendas
e elas não tem nenhuma graça
nem graals nem garladões
Apenas tua cabeça baixa
esperando metrô, o ônibus
e reclamando
de que alguém deveria fazer alguma coisa.
degadado
Não gosto de tocar em ninguém
Não gosto de ser tocado por ninguém
Não gosto dos toques
impossível
tudo como uma massa
gado andando
o horário cedo
a vida sempre postergada
tudo porque tenho que chegar ao matadouro
e se hoje a vaca parasse
e quisesse apenas pastar
sem abates
nem bifes?
o relógio soou
senhores não empurrem
esperem na faixa amarela
enforquem-se nela
espere o outro
não se matem
é apenas um jogo.
e a vaca continua ruminando
mas não é grama...
Não gosto de ser tocado por ninguém
Não gosto dos toques
impossível
tudo como uma massa
gado andando
o horário cedo
a vida sempre postergada
tudo porque tenho que chegar ao matadouro
e se hoje a vaca parasse
e quisesse apenas pastar
sem abates
nem bifes?
o relógio soou
senhores não empurrem
esperem na faixa amarela
enforquem-se nela
espere o outro
não se matem
é apenas um jogo.
e a vaca continua ruminando
mas não é grama...
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Do saber das localizações
Nunca fui à Cristo
Vivo nesta cultura Desoriental
Por isto não me perguntem
onde fica tal rua
onde é tal lugar
como faço pra achar algo
Eu continuo sempre perdido
não me interesso por controlar os rumos e sentidos
por saber precisamente por onde andamos
para onde vamos
onde chegaremos
sou um navio com velas apenas
Uma rua e um universo paralelo
Vivo nesta cultura Desoriental
Por isto não me perguntem
onde fica tal rua
onde é tal lugar
como faço pra achar algo
Eu continuo sempre perdido
não me interesso por controlar os rumos e sentidos
por saber precisamente por onde andamos
para onde vamos
onde chegaremos
sou um navio com velas apenas
Uma rua e um universo paralelo
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Aquele dia
Esse mundo morto às vezes fuligem
pelo qual perco as horas dos frutos abrindo
de onde me despeço das multidões
que mudas produzem, maquinam, sujeitam
perdem-se entre os heróis dos dias:
os grandes belos dos quadrados coloridos
os esmaltes, produtos, os hábitos
as mulheres que versam pelo corpo
Tua palma frágil no meio
tua confessa derrota
teu cansaço orgulhoso e o desatino de uma promessa de advir
os dias melhores, as horas mais sóbrias,
o suco de laranja gelado da padaria que não pude beber sem derramar-me.
Sólidos os prédios falam mais
não tenho tempo para um seu diálogo
passo pelas caixas exasperado
o meu dia não rendeu
minha noite é só a vontade da sombra
seco e o pó da cidade
nas pessoas
nos cães
nas bocas
minha carteira, só penso em minha carteira, em minha carteira.
Aquele dia,
a tarde,
sadia como um copo de água.
Hoje os dias como errâncias
e erro no quê?
pelo qual perco as horas dos frutos abrindo
de onde me despeço das multidões
que mudas produzem, maquinam, sujeitam
perdem-se entre os heróis dos dias:
os grandes belos dos quadrados coloridos
os esmaltes, produtos, os hábitos
as mulheres que versam pelo corpo
Tua palma frágil no meio
tua confessa derrota
teu cansaço orgulhoso e o desatino de uma promessa de advir
os dias melhores, as horas mais sóbrias,
o suco de laranja gelado da padaria que não pude beber sem derramar-me.
Sólidos os prédios falam mais
não tenho tempo para um seu diálogo
passo pelas caixas exasperado
o meu dia não rendeu
minha noite é só a vontade da sombra
seco e o pó da cidade
nas pessoas
nos cães
nas bocas
minha carteira, só penso em minha carteira, em minha carteira.
Aquele dia,
a tarde,
sadia como um copo de água.
Hoje os dias como errâncias
e erro no quê?
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
through the mist
Silently, it was the day when the voice appeared. The clash of the chests like a bodiless meeting.
It was you,as a fast spirit breaking down the violet door so violent.
The seas drifting away, my eyes like fishingballs of no delusion. Where was the sunshadow of sorrow?
It has passed. My life like a mirror and a pearl.
My past not akin my vision. There is something glimmering on the earth.
I heard and it was a voice - a voice of blossoming sunflowers.
It was you,as a fast spirit breaking down the violet door so violent.
The seas drifting away, my eyes like fishingballs of no delusion. Where was the sunshadow of sorrow?
It has passed. My life like a mirror and a pearl.
My past not akin my vision. There is something glimmering on the earth.
I heard and it was a voice - a voice of blossoming sunflowers.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
sobre o suposto pessimismo
nem triste
nem alegre
e triste
e alegre
a vida
sem rodopeios.
...
nao abandonei a política
nao me conformo
apenas aprendi
que nao se conta apenas dois
e todas as forças
ja estao contadas
...
não a vida não é morna
intensa
e paradona
e nunca deixaria de vivê-la
...
amo sim, tudo
só não sei degustar
gemendo e fingindo
hoje sinto apenas
e gosto.
nem alegre
e triste
e alegre
a vida
sem rodopeios.
...
nao abandonei a política
nao me conformo
apenas aprendi
que nao se conta apenas dois
e todas as forças
ja estao contadas
...
não a vida não é morna
intensa
e paradona
e nunca deixaria de vivê-la
...
amo sim, tudo
só não sei degustar
gemendo e fingindo
hoje sinto apenas
e gosto.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
via e ar
Camadas de exaustão
não concordo com a camisa
nem com o megafone
cansei de
Janus políticos
em mesmice confronto
as diversas vias do mundo
e vejo ainda pessoas
na procissão do mesmo paralelepípedo
todos desarrumados e desrumados
e como dizer que estão errados?
digo sem ironia: quem passaria por aquela esquina esquecida se não fosse aquele mesmo grupo idoso no de sempre?
Vejo as casas silenciosas
escuto seus medos
os tapetes quietos
e a sujeira limpa
de sono
as cornetas do outro lado do mundo
vozes ribombantes cruzam uma avenida
azuis ou cinzas às vezes fechando a passagem da esperança
e gás de pimenta
observo a esquina de longe
um mundo paralelo
onde estão os outros caminhos?
Quem passará pela urina,
quem passará pelo edifício de luxo
quem passará pela padaria,
quem passará desta?
Exausto sim,
do silêncio e do grito
- aberto o mundo líquidosubmerso dos apenas ruídos
não ser mais o jovem duro e barulhento
não querer mais a metralhadora
não querer apenas apontar o dedo
ser hoje uma criança solta
o olhar como uma brisa
perpassando e vendo
levando se necessário
ou apenas suavizando
se difícil
o calor do mundo
o mormaço da vida
apenas esse suspiro
nem mesmo música
o desmanche da melodia...
O amor pra folia
nem carnaval nem culto
a sensação do respirável somente
os pulmões cheios
ar
e as veias a correr
sem previsão o sangue
levemente percorrendo
tudo
não concordo com a camisa
nem com o megafone
cansei de
Janus políticos
em mesmice confronto
as diversas vias do mundo
e vejo ainda pessoas
na procissão do mesmo paralelepípedo
todos desarrumados e desrumados
e como dizer que estão errados?
digo sem ironia: quem passaria por aquela esquina esquecida se não fosse aquele mesmo grupo idoso no de sempre?
Vejo as casas silenciosas
escuto seus medos
os tapetes quietos
e a sujeira limpa
de sono
as cornetas do outro lado do mundo
vozes ribombantes cruzam uma avenida
azuis ou cinzas às vezes fechando a passagem da esperança
e gás de pimenta
observo a esquina de longe
um mundo paralelo
onde estão os outros caminhos?
Quem passará pela urina,
quem passará pelo edifício de luxo
quem passará pela padaria,
quem passará desta?
Exausto sim,
do silêncio e do grito
- aberto o mundo líquidosubmerso dos apenas ruídos
não ser mais o jovem duro e barulhento
não querer mais a metralhadora
não querer apenas apontar o dedo
ser hoje uma criança solta
o olhar como uma brisa
perpassando e vendo
levando se necessário
ou apenas suavizando
se difícil
o calor do mundo
o mormaço da vida
apenas esse suspiro
nem mesmo música
o desmanche da melodia...
O amor pra folia
nem carnaval nem culto
a sensação do respirável somente
os pulmões cheios
ar
e as veias a correr
sem previsão o sangue
levemente percorrendo
tudo
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Unlighted
Just a little girl
calling mother
and tree spirits
that have gone away...
so fragile as powder
the past ashes
of a shadow
Is there a light
in the mirror?
just a little girl
without spirits.
an old tune
an old story
it lacks life
she seeks for help
in an unreal world
meaningless and mean
and all the breezes shiver
her silence cold as the horizon
the horizon rising up with no sense of shining.
calling mother
and tree spirits
that have gone away...
so fragile as powder
the past ashes
of a shadow
Is there a light
in the mirror?
just a little girl
without spirits.
an old tune
an old story
it lacks life
she seeks for help
in an unreal world
meaningless and mean
and all the breezes shiver
her silence cold as the horizon
the horizon rising up with no sense of shining.
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