sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Aquele dia

Esse mundo morto às vezes fuligem
pelo qual perco as horas dos frutos abrindo
de onde me despeço das multidões
que mudas produzem, maquinam, sujeitam
perdem-se entre os heróis dos dias:
os grandes belos dos quadrados coloridos
os esmaltes, produtos, os hábitos
as mulheres que versam pelo corpo

Tua palma frágil no meio

tua confessa derrota
teu cansaço orgulhoso e o desatino de uma promessa de advir
os dias melhores, as horas mais sóbrias,

o suco de laranja gelado da padaria que não pude beber sem derramar-me.

Sólidos os prédios falam mais
não tenho tempo para um seu diálogo
passo pelas caixas exasperado
o meu dia não rendeu
minha noite é só a vontade da sombra
seco e o pó da cidade
nas pessoas
nos cães
nas bocas
minha carteira, só penso em minha carteira, em minha carteira.

Aquele dia,
a tarde,
sadia como um copo de água.
Hoje os dias como errâncias


e erro no quê?


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