Esse mundo morto às vezes fuligem
pelo qual perco as horas dos frutos abrindo
de onde me despeço das multidões
que mudas produzem, maquinam, sujeitam
perdem-se entre os heróis dos dias:
os grandes belos dos quadrados coloridos
os esmaltes, produtos, os hábitos
as mulheres que versam pelo corpo
Tua palma frágil no meio
tua confessa derrota
teu cansaço orgulhoso e o desatino de uma promessa de advir
os dias melhores, as horas mais sóbrias,
o suco de laranja gelado da padaria que não pude beber sem derramar-me.
Sólidos os prédios falam mais
não tenho tempo para um seu diálogo
passo pelas caixas exasperado
o meu dia não rendeu
minha noite é só a vontade da sombra
seco e o pó da cidade
nas pessoas
nos cães
nas bocas
minha carteira, só penso em minha carteira, em minha carteira.
Aquele dia,
a tarde,
sadia como um copo de água.
Hoje os dias como errâncias
e erro no quê?
Nenhum comentário:
Postar um comentário