quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Você me lê muito fácil
eu continuo sendo o garoto do interior
o limite da vida:
o limite da casa,
da escola.
Lido todo,
mas não lido,
exposto como carne aos canibais
e suplicando apenas para que eles não saibam
a chave para
a refeição do mais que corpo
Lido
e com medo muito medo
parecia um jacaré sem garras ou escamas
só a pele fria
os olhos brilhantes
e me adaptando a temperatura do ambiente
lido
eu tétrico
o medo da autorevelação
a fragilidade
a dependência e a morte
o buraco negro que se abre para um amador
já lidei com facas
tiros
mas morro mesmo
é com o menosprezo
mas morro mesmo
é com a solidão
o abandono
dono abrangentemente
do meu sono
do meu dia
meu eterno prazer
de ser o mais desgraçado
o mais coitado
o mais repudiado
- minha vaidade acima de tudo!
lido
e sem progressão.
lido.
estupidamente lido.
e sem remédio
só pude assumir
me sentir humano
me sentir humilhado
e nada
nada perfeito.
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