sim, fiquei com medo.
medo do que refulgia
ali, na barco náufrago
do outro cais.
sim, eu tive medo
daquela duna
que existiu antes do
oásis
que hoje meus olhos contemplam.
e por que o medo?
amedontrado
achei um segundo
que ainda existisse
vela no barco soçobrado
ou que um dia ainda
restaria tudo em deserto.
porque temi
que este porto em que estamos
aqui
fincados os pés em maravilhas
se perdesse sobre
a ideia já extinta
de um destino antigo
que se reralizasse em futuro
num ideal ultrapassado que
quisesse
de um último respiro neblinoso
ainda se aspergir
no tempo que em que já é tão profundo e alongado
o nosso ar
e a respiração...
por isto, fui medroso,
e pesadelos tive
para tentar expurgar o medo
do cerne do cérebro
deixá-lo desnuaçado...
quando o medo se afastou um pouco
pensei que um sussurro viesse a sibilar
sei o quanto foi tudo pedra
no momento em que todo o vento pretérito
teve de se extinguir
qual flama e, de chofre, sumiço.
contudo,
nos é reservado ainda
este tempo hoje
de diamantes
e pérolas
são jogadas ao universo
de nossos
desejos.
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