quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

o outro dia

ser sepre este homem
sempre entortado
traidor de si mesmo.

este homem
que é a ruína
malabarista quase no ponto de

este homem
invasor de terras próprias

este homem
fugitivo de celas e ao encontro de labirintos

este homem
rumando objetivamnte e perdido pelo objetivo

este homem
de auroras e eclipses simultâneos

este homem
que quer o controle e
sempre foge da segurança

este homem
que não sabe dormir
que não sabe descansar
que faz e defaz
e nunca se permite a ilha
mas antes o gigante e a nau rodopiando no cabo.

este homem
desépico
solitário por escolha pessoal
e reclamão

este homem
que é seu ostracismo mesmo

este homem
jogador criança
e perdedor adulto

este homem
para fora e trancado por dentro

este homem
que quer e só quer
e a falta continua perseguindo
seu ´próprio rabo

este homem
miserável e mesquinho
piegas e analítico

este homem
denucniador e acusador de si mesmo
advogado fajuto e criminoso fajuto
réu fajuto juiz fajuto (sem direito de dizer nada)
juri fajuto homem fajuto

este homem
animalesco e pútrido
tão forte frágil,
ambos em tom irônico
e tão estúpido em dizer

este homem
inútil, tolo, débil
vazio, sem perspectivas
sem vontade de devir
sem boca pra olhar
sem olhos pra ver
sem nariz
nem ao menos pra respirar

e risivelmente dramático.

Este homem
que não sabe cair no tom de abismo
mesmo aprofundado
e ainda assim vive sempre o outro dia
o outro dia
o outro dia

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