quarta-feira, 16 de setembro de 2009

papilas degustativas.

pela pétala da noite
fazer como húmus
esse pequeno pedaço clorificado

amordaçá-lo de clorofila.

trazê-lo nos dentes
o sangue enxundioso sobre as gengivas
espinhos e
a saliva feita menorréia

e o falar como ferida
de mim expõem-se detalhes de orquídeas como espaços incansáveis de pássaros perdidos


sobra pois o pequeno molusco
molenga-lengas de uma fatiguez desenfreada
e a reminiscência de um eletrodoméstico apertado, comprimido,

até a falta do dedo.

Quem acordará esta manhã
o homem, a maçã, o despertador?

Todos resolutos.

da furada epiderme azul
reluz úmida
a baixez das plantas

Não podemos ser gigantes
só mercúrio

coagulando entre as papilas degustativas.

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