segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Minhas minhocas.

De súbito surgiram aquelas minhocas. Cavando túneis, colocando húmus. Elas eram escorregadias e moles.

Elas surgiram no ano de 2015, mas o tempo não se lembra se a data precisa era esta. Surgiram, melhor dizendo, ontem , hoje, amanhã - surgiram de repente, de verdade, ou de ficção. Ou, mais ainda,de história.

E elas, sem olhos, continuavam a cavar, inertes e alimentavam minhas plantas.

Imperceptivelmente, por debaixo daquela ostentatória beleza do meu jardim forjado, ninguém via, e as minhocas trabalhavam sem nem saber que o faziam, pois eu as havia enveredado no caminho certo, limitando o espaço anelídeo de suas vidas.

Elas eram cegas e livres, no pequeno trecho isolado do meu minúsculo jardim.
Elas eram livres e cegas para trabalhar. E para mim.

Quando uma delas ganhou olhos e um glândula de asa, eu já tinha um lago.

Os peixes se alimentaram bem naquela noite.

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