terça-feira, 30 de junho de 2009

o inarrável despersonalizado?

Criou-o. Quem havia, este era o problema. O narrador (eu,será?)deu vida ou quase isso. O personagem, então, existia? Era ele um simulacro da realidade? E a realidade também não era também um simulacro de sua visão? E esta visão era alguma realidade?
O narrador se perdia junto com a personagem, que até este momento era o personagem, mas se perdeu em gênero. Agora, algo se feminizara? Ainda continuava alguém: homem, mulher,animal,ser, entidade? Espaço entre, isto indicava o indiscernível personagem?
Ou ele, ela, a coisa ou o nada era apenas a ficção da personagem? O narrador se fugia em seu próprio discurso. Onde estava? Seus dedos acaso criavam ou o mecher-se era daquele que queria ser feito. Mas aquela coisa que se move e tem ações pelas mãos do narrador, então é ela que lhe dá a voz. Contrariamente, ressoava o silêncio, o silêncio da abstração. Já era demasiado, tudo era nada materialista, e se via algo, se lia, se acompanhava uma história... história mesmo, ou para o dito, criado, tudo possuia materialidade? Porque o narrador é um arrogante e um intrometido, quer ser Deus por não possuir nenhum deus! - Quem é que quer ser deus aqui, nem eu mesmo te controlo, nem a mim mesmo me controlo... - e estas vozes sairam? Houve sequer uma conversa? O narrador é um monólogo, personagem de si mesmo? Ou ainda outro e outro e outro e... nem ao menos isso? e aquele que criou ou o trabalho da mão, o que é isto? Um arranjo próprio do sentenciado - personagem é o sujeito (e assim, o ser)de uma oração que o caracteriza? O personagem é uma sintático-semântica?
Melhor seria acabar com tudo isso, pois isso não vai... mas matar o personagem, como fazê-lo, será eterno ele como ideia e sucessivamente também o seu autor-autorado?
Apagou-o. E esqueceu-o, ou será que tudo se transformou em outra coisa, de traços novos e que continuam a se mudar... Pra se achar algum materialismo, as coisas se mataram... o morrer, isso, já não se sabe.

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