I
Crio versos do cu
pra não escrever
de cabeça.
II
enrolo o rolo
no verso
cago
erros higiênicos
do cu
Limpo-os
no papel...
o que há entre a linha e o boga?
a matéria defecária
os pêlos crespos enrolados
e a resina úmida
do bosta-poema.
III
Queria fazer um poema materialista
onde cada palavra
se concretizasse em sentido de cimento
e estacasse
vigorosamente
como edifícios colossais de tijolo
mas como do cu
sai só bolo
da bosta crio algo
resposta de algum dolo:
faço destas fezes
a epopéia sadia
de nossa época,
donde o cu
é o protagonista.
IV
poemas em rolo
1
Antes do banho
o sossego da bosta.
2
Depois do banho
um punzim marrom.
3
papel higiênico
como absorvente
pra prevenir
a vida-cu.
V
o cachorro quente
me latiu as tripas
em sua homenagem
rolos e rolos e rolos
Fiz este então
pequeno pergaminho:
de merda.
VI
a vontade de cagar da freira
fez com que deus se abençoasse
em substância.
VII
me perguntaram
sobre a psicologia interior
o insight
o self
os de-dentros.
respondi
curto,grosso, roliço:
A única psicologia possível
é a que se faz
pelo ego
dos intestinos.
VIII
pelo laxante
será
a saída
da política?
IX
Elegia à merda
tu, que tantas vezes
fugiste do meu cu
sem que eu quisesse
agora
porque insistes
em meu ventre
lembrando que a vida
é este prazer e esta dor
de sentar-se
e esperar de repente
o imprevisível?
X
pronto
saíram todos
e
que
bela
cagada.
Hahahahaha.
ResponderExcluirDefinitivamente, gosto de você.
Eu publicaria isso.
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