domingo, 24 de agosto de 2014

In-surge.

I

Pois que leve
e com chama
chama
e leve
De repente,
até as sombras
iluminam
mesmo que
só sombras
com cores
seja o que eu
apenas tenha visto
mas, não menos

tenha sentido.

II

Não soçobram
nem sobram
as antevisões

- a aurora nasce como pele da noite:
sem estiolar, desenrola-se,
enche-se de suas cascas laranjas
e a juba colorada fixando-se
de súbito o azul expelido
e o rastro de calor
acercando-se do ar
criando paragens de existência
nas ruas,
nas casas,
e até mesmo em areias
e desertos onde até mesmo a seca já se acabou
e a sede -

mas, o futuro anteposto,
antepondo-se,
não visa a sem-luz
quer

branco

brilho
das águas alimentares
que nutrem
e correm o sangue
como um botão de rosa
láctea
percorrendo avultamente
cada
névoa e cheiro
criando líquido
no mais invisível


III

De ti
o suco
que jorra

és vela
marujos
e fogos
ateando

singramos,
pois,
salgados
como corpo

e nos alimentos
de pura
reprodução.

IV

quero o harmônico
latejando
para brotar

nascer
como frágil
para instigar-se
flama flamulando

nossa vinícola
a boca marcada da safra
safada colheita

despertamos
entrebrotando

-nos.


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