terça-feira, 30 de julho de 2013

paradoxo amoroso

matar
o outro
sem matá-lo.

sábado, 20 de julho de 2013

às vezes choro

às vezes choro
choro bonito
sem socialidades
como uma criança

às vezes choro
como um feto
com o desespero
de sair a vida.


Às vezes choro
como um idoso
os olhos como uma estrada
o traço,as pegadas, retina.

às vezes, só choro
como eu mesmo
e solencio
e entendo.

Invidência


O futuro é qualquer coisa.

Não construirei vias
nem pontes
nem tecerei
com o dedo
um rosto divino

o futuro é qualquer coisa
de instantâneo
um vento
uma faísca
uma espuma

por isso,
não cavarei túneis
Não gritarei aos ecos
não passarei a noite em claro
esperando pelo sombrio desespero
por que o futuro

o futuro é qualquer coisa,
nada mais do que a passagem...

No entanto, vejo homens a hastear o braço em seta
o arco vergado
a flecha querendo um alvo...

e que são os alvos?
apenas balas perdidas
no corpo de um desconhecido
de uma vítima, um responsável,
ou somente alguém que passou e não teve
a esquiva.

O futuro, sim o futuro,
lembra?
é qualquer coisa.

Meio nova talvez, quem sabe antiga
cheia de auspícios perdidos,
bolas de cristal fendidas,
cartas, oráculos sem marcas ou figuras,
clepsidras,

e de longe
o vigiar das estrelas.

o futuro, assim, como uma pérola
imersa ao mar sonâmbulo,
profunda me uma concha

O futuro - e de repente-
o horizonte
uma luz ao raiar do dia
em que o hábito não nos convenceu
de que o sol não haveria.

O futuro, qualquer coisa.

E nada a se pensar tanto
que não seja a possibilidade
de um respiro

mesmo quando se sabe que o ar
é qualquer coisa
nem ao menos vista,
mas quiçá
sincera.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

,

Um dia de outro
fiz um blue
na minha língua era azul
minha língua sendo

vermelha

e pelo verbo
não mais carne
não mais

vermelha

e mesmo sem o verbo

vermelha

sem a cor
mas a intervenção
inter-intrainvenção
da ordem
transformando corpos
incorporiamente

vermelha,

quarta-feira, 17 de julho de 2013

iconoclasta

nao consigo ser
o que queria
melhor eu ir
pra padaria.