segunda-feira, 18 de julho de 2011

sofémento.

iconoclastando-me
e me vejo mais do que nu
vazio feito falta de ar.

de repente chega a dor
prova de que existo.

abençoada, a dor,
e sem o masoquismo,
eu a ultrapasso,
eu a atravesso,
e nela persisto,
cara amiga sem juízo.

E quantos campos abertos,
a possibilidade de tudo resistir,
de o mundo suportar na pele,
os poros, os grandes consoladores,
o suor, a chuva expremida do corpo.

dói não ter e não ser sido
perfeito.
E não será isso o que me faz mais forte,
o desumano?
e não é a ironia das formas que me apresenta a mim mesmo a face do meu rosto
e sou apenas esta pessoa
vaga, frágil, fracassada, limitada...

e por que não, ainda bem?

Hoje já sei sobre a morte
e aprecio o sofrimento
como um fiel à sua reza.

sei o quanto o ombros do universo podem despejar suas lágrimas sobre os meus olhos
e o quanto posso dormir nos pesadelos do mundo.

Não tenho mais medo,
e sinto a dor, constante
e sou vivo, se não a sentisse,
acaso poderia dizer

há razão na felicidade,
há razão no amor
a vida?

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