Da antiga eternidade egípcia
que em tronco esculpiu-se
alegóricas cenas bíblicas
a luxúria em madeira escura
e músicas entresibilando-se
nos violinos, violas, guitarras
dos compassos de tambores africanos.
Em xeque, resto.
O caule que cativa em fogo melodias tribais
apenas a pele
noite brilho de piscar de estrelas
Ébano
corpo profundo pra queima
os céus negros não à toa
A boca na raiz do teu perfume sonoro
Ébano
que sugo sáfico
sem escravidões e apenas esta tua dança ardente
esta tua gravidade curvelínea
esta tua presença dura não oca
estas tuas cascas avelanas
e dentro de ti
este negror intenso de noite em que seres nascemos
Ébano
entrebalançando-se
e as amêndoas seus caroços maduros
o sabor honesto e saudável de seu germe
borboletas se fazem aos montes pululando pela resplendorosa madrugada de sugestões
Ébano
eu, neste mármore,
branco apagado
apenas espero
a estrela tisnada
eternizar sólida
entre lençóis de escura terra
d´água.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
gravidade das folhas
armei o anzol
sem qualquer noção de isca
e eu que não sabia tanto
de nada, nem de mim
deparo-me agora nestes cardumes
e descubro
sem antes poder atinar
a ínsula e a âncora
e vejo que falta ainda pescar
a linha da praia.
e o vento desalienado
que muda a gravidade das folhas.
sem qualquer noção de isca
e eu que não sabia tanto
de nada, nem de mim
deparo-me agora nestes cardumes
e descubro
sem antes poder atinar
a ínsula e a âncora
e vejo que falta ainda pescar
a linha da praia.
e o vento desalienado
que muda a gravidade das folhas.
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