1
enquanto falavam
como em showmícios
eu observava atônito
- o corpo mudo.
2
esperando sob a porta dos ares
a vida em um pulso
de tanto branco impulso
pó
eletrizante nas veias
ouço
o sino desesperado
atino
e a multa de olhos
sobre meus músculos caídos
- um rato passa pela perna -
e estou de roupa e nu:
despido de ritmos pulmonianos
mas a natureza morta dialoga diretamente com meus ossos
como um cometa cadavérico
de séculos apagados à tiro
- estou aqui em baixo
não me ouço
e o sinos vozes tristos
chacoalhando
sobre frio
me desresto.
3
não veio a ambulância
eu aguardava
sem saber eu aguardava
meu braço deu o último alarme
um singelo pulso ainda
e só
olhavam
- sob o sol escaldante, meu corpo gélido
branco de tanto duro
só o latido de cães pareceu importar-se.
4
do pó vieste
ao pó voltarás
- e retornei demasiadamente.
hoje nem a cinza do pó já tenho,
nem a molécula.
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