quinta-feira, 19 de agosto de 2010

dormir.

dormir
como se nada mais houvesse
deixar as molas do corpo cair
as peles se esticarem
cabelos soçobrarem
os movimentos alíviados
os musculos dantes contritos
inertes, dóceis, descansados.

tudo no relaxamento
no relaxamente

e aquela cobrança
velha cobrança
de trabalhos,
afetos,
desejos,
objetivos...

deixei a porta o passado, o futuro

e já nem me lembro o que é o presente
senão este silêncio límpido
onde repousam sincronias plásticas de notas músicais tântricas

cama
santo lar
onde as piscinas dos sonhos massageiam

não ter nada pra fazer
nenhum livro pra ler

e mais, nem mesmo ideia de que existem tais conceitos

fechar olhos
sumir-se aconchegado
deitar em conchas morninhas

apagar a luz
e deixar o sono invadir
sem a preocupação comigo
ou com os outros.

2 comentários:

  1. ficou muito legal esse poema...porque me passou a exata sensação de estar deitando em um colchão fofo, bem confortavel... arrasou rs

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  2. toda noite rezo

    este poema

    para dormir

    com os anjos

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