hipnose mística
que fez de algo como onírico
um metamorfo
de rochas
tal ossos
e carne
junção de areias
e lágrimas sensualizadas
mas o que a cor dos meus olhos espelhava
era esse teu impávido azul escuro
quase negror
de noite funda
e tua boca em grãos brancos densos veio descendo meu corpo
e me senti todo acariciado
como se meus pelos em frio
dormitassem de leve
ao sentir o arrepio de teus dentes espumosos airosamente me mordendo
deixando a tua saliva de guitarra pestanejada
perenemente se enlaçando no suor passivo de meus impulsos
e eu te transbordando de vida
no seu me entornar de deliciosidades...
e assim, no teu mel cerúleo
permaneci lassivo
entregando o corpo aos acentos de volúpia
e fui aceitando o áspero de tuas garras de pantera obscura
quando vi
Panosexualizávamos desmesuradamente
e errávamos como deuses entusiasmados de todo o movimento incessante dos oceanos
e de toda a estrutura óssea e carnívora dos continentes
éramos como criadores no clímax da imaginação de conceber
e devorávamos para construir...
no fundo do teus abraços se chocando
com a explícita forma de meu ser
escapuli-me todos os sustenidos
e deixei a música aguda do corpo se soltar
a sensação era quase de ebriamente
delírios entorpecentes deslizando no colapso dos caracóis famintos
e as conxas nas coxas
as costas se entrechocando
como um roedor faminto friccionado entre as presas o alimento e se saciando...
e vi uma pérola como que introjetando-se no núcleo de meu bojo
eu vivia a estrela depositada que queria sair para aventurar-se no eterno não humano
então eu a expeli
e do jacto luminoso
estandarte líquido
vapor meio pó
tombaram da terra
ao êxtase oculto dos astros..
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