segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Faz parte
















não se assuste
se os nossos lábios tais braços
nos esquentam para além das roupas dos corpos

Não se assuste
se caminhando, dedos em leves nós,
nos encontrarmos perdidos
numa rua não planejada
num ponto desconhecido
escondidos de uma chuva
e, mais do que isto,
perdidos em nós mesmos
como num quadro de Kandinsky :
mescla de cores em loucura sensualística

não, não se assuste
se, em ardência,
um fogo se crepita
acende já a vela
clica o interruptor
e a luz está qual estrela

não, não se assuste
se os olhares furtivos
visam o furto de tudo
desde os ossos
os músculos
até o destino do murmúrio
seus desejos
e delírios

Não, não se assuste
que tudo isto faz parte
e esta parte está em tudo
e eu a quero dar-te
como sei que me concedes
na arte do que se faz
nosso todo.

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