entramos num portal
e uma cena bucólica
ah...
as garças voando....
e os peixes podres no canto de uma espécie de ilhazinha com um cachorro no meio do mangue e uma criancinha querendo entrar pra buscá-lo estando próxima de cair naquele lodaçal e morrer afogada no meio daquele fétido cheiro de peixe....
mais uma vez:
ah...
nada mais idílico...
Uma mocinha sentadinha ali
lendo um livro sobre o hinduísmo
e dois garotinhos levados querendo brigar com um caranguejo astuto que poderá deixar uma mão bem ferida ou bem mais do que isso
cuidado moleque!
vamos andando...
uma ponte que leva para o rio una
ao lado
lodaçal
diversos caranguejinhos que se movem segundo o minúsculo frêmito de nosso peso de leve tocado no chão
alguns deles tretam
porrada pra valer
com aqueles seus ganchos machuquentos
ao longe
numa espécie de cais
um homem contemplando o rio
achei pescando
mas estava só olhando
bóias infladas
segurando nossas carcaças por sobre as madeiras
e a água fria..
e alguma substância existia ali
vai saber qual?
o homem silenciado
nem fala nada
nós nos voltamos pra pontinha
ficamos a contemplar caranguejos
e ele
mais esperto
sabia o nada que olhava
nós
só sabíamos
do nosso desconhecido
que queria ser entornado
morava em nós o disperso
que era o completo diário desperto
daquele homem diactivago.
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