depois
do trago
veio o sono
mas a madrugada
em seu sopro
abriu
a vontade de novas passagens...
despós
lembrei do passado
ou talvez tenha-o criado
e vieram à mente
todos os nossos rituais capitais
ocidentais
- dores de sisos arrancando-se em ruídos:
divagações sobre futuros
projetos
heis de ser
heis de fazer
e aquela enorme paciência que mais se assemelha a uma reduzível apatia
e a um moroso e marcecível tédio...
e de tanto agitado que se encontra nos nervos
e de tão cheio, estufado, entumescido
de objetos sem serventia, penduricalhos,
kitschs,
e de tão entorpecidos
pelos outdoors
anúncios
e revistinhas de cosméticos
para cuidar do nosso fingimento de jovialidade imortal
e de toda aquela massante massa
dias de gentes, anos de populações,
séculos de avós, pais, filhos, fetos
grávidas em potencial
e exponencial
e com tal massa suas roupas, bolsas, fetiches
e principalmente,
seus índices suas estatisticas seus inúmeros papéis
suas produções e
suas sempre tão fortemente incontroladas necessidades
onde estamos, onde chegamos com tudo isso?
Após...
tudo saiu na fumaça...
e a madrugada veio sentir a minha pele
tudo vomitou-se pelos poros
fui andar pela areia
visualizei as estrelas
havia uma certa dança nelas
e eu
sapatos fora
percorria a praia
sentia um outro perfume ritualístico nas veias
em cada pisada que dava
sentia o caminho que viria subindo
empós
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