o abstrato do querer
que é
senão espécie
de aspiração do transcendente
meio que a carne
se movendo
querendo se esvaziar
Mas contigo, Una,
fugi da promessa
do depois sempre
e percebi
que não havia
o que esvaziar
e te admirei
até deglutindo
a tua terra
nela
me criei
animal
e dobrei meus joelhos
sentindo todo o peso
do presente
e até sorri
vendo que
lágrimas
tristes
risos
apatia
são o mesmo
tudo porque fazem parte
de tudo o que concerne a vida
E é por isto que te quis, Una,
porque és a pedra polida do querer.
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