sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Una

o casco da caracol
as mãos girando convulsivamente no eterno

como hipnotizado
por aquele tempo
em que o agora atinge
todos os instantes
de um só vida

não pude saber em que época estava
sabia que o ano era aquele
tinha qualquer ideia do que fosse o horário

porém
o tempo, ele mesmo, desconfiava-se de si
duvidada de sua certitude
pensava-se fragmentado,
como as farpas de um caco de aço enferrujado
se minusculando
até o ponto de suas cinzas azuis
tornarem-se
o escondido invisível
sugestão de não-matéria.

Meu ser
todo ciclone
girando em abruptos absurdos
presto
foi e vai
vagarosamente voando
fui e
vou vou indo

eu sou o átimo da mais matéria impalpável.

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