a espada - você não vai dizer nada?
a tentativa de testemunha - mas, por quê eu?
a espada - você é a única testemunha... tem que saber algo.
a tentativa de testemunha - mas eu não sei.
a espada - Você estava lá! Nós descobrimos, não minta...
a tentativa de testemunha - Eu devia estar, não me lembro... eu estou confuso, cansado. Não sei nem direito o que aconteceu...
a espada - não seja mentiroso, o sr. sabe que pode ser preso por isto.
O escudo - Isso está parecendo a Inquisão, por favor, meritíssimo... isso é irregular!
a forca - negado.
o escudo - negado, é isto que o vossa excelêcia tem a me dizer?
a forca - queria colo é?
a espada - eu prosseguirei, vossa excelência... O sr. alega não ter visto nada?
a tentativa de testemunha- não sei... talvez eu tenha visto... ou talvez não? Eu não acho que deveria estar aqui. Eu não posso ajudar em nada.
a espada- isso é o que o sr pensa. Já está ajudando, quanto menos diz e quanto mais pausas faz, mais nós concluímos inúmeras coisas. Anotem tudo o que o subconsciente dele disser.
o escudo - como assim? merítissimo, ele não tem controle sobre isso, por favor...
a forca - ora, como não, tá no corpo dele, não tá? Então ele deve ter controle. Vocês estão aqui, não estão, e eu os controlo, não é? HAHAHAHAHA
o escudo - está tudo ilógico... ele é apenas a testemunha, não pode ser acusado. Ele não está fazendo nada.
a espada - como não, meritíssimo? O fato dele estar aqui implica ele fazer algo.
a forca - sim, promotor... o quê, é o que eu não sei! ahahahaha O que sugere o júri?
- ...? ...! ..., ....,.........? !!!!! ééééé .....!!! ?!
a forca - É claro. mas os senhores decidem?
-
a forca - excelente! prossigamos. O promotor dizia.
a espada - Bom, já que ninguém decidiu que a testemunha é culpada, entramos nun concenso de que ela é culpada mesmo.
o escudo- Peraí, mas quem é que poderia confiar na opinião de ninguém?
a espada- ora, deixe de bobagem, todos nós sabemos que todo mundo sabe que todo mundo é ninguém.
a tentativa de testemunha- eu não fiz nada. Eu juro.
a espada - Este é o problema. Se você tivesse feito, não estaria aqui. Você não percebe que é culpado por não ver o que deveria ter visto? e outra coisa, quem jura aqui é o júri.
a tentativa de testemunha- eu peço desculpas, mas porque eu deveria ter visto?
a forca - isso é uma blasfêmia! Mais uma e chamamos os guardas... ah, eles já estão aí?
Que beleza!
a tentativa de testemunha- eu sou inocente.
a forca - quem foi que te disse isso?
a espada - O insconciente dele disse o oposto!
a forca - e aí, como você explica isso?
a tentativa de testemunha - eu não sei, como posso saber?
a forca - o insconciente é seu não é?
a tentativa de testemunha - sim de fato.
o escudo - merítisso, meu cliente está louco, ele não consegue nem reconhecer o próprio consciente, como poderá reconhecer o inconsciente?
a forca - tragam o insconciente dele aqui. Bem, aí está o senhor, seu danadinho? Pregando peças em todos, né?
a espada - Ele se recusa a falar meritíssimo...
a tenatativa de testemunha - porra, fala meu insconciente, fala!
a espada - um , ele está falando com um outro eu dele, o dono do insconciente...tsc tsc
a forca - ele é um esquizofrênico!
a espada - hum...você está enrascado, meu amigo... mentiroso e ainda esquizofrênico.
a tentativa de testemunha- eu não sou isso.
a espada - está bem, você não é. mas quem é que vai acreditar em você?
a tenativa de testemunha- eu.
a espada - mas nem o seu próprio insconciente acredita... você se equivoca.
a tentatia de testemunha- eu sei de mim.
a forca - iiii, sabe nada. mas , calma, a gente vai ajudar você a aprender. Mandem-no pra escola.
a tenativa de testemunha- Serei aluno?
a espada - é quase isso... você vai fazer os seus deveres, aprender a prestar atenção e a ficar sentado, como você está fazendo agora. Tenho certeza que você vai gostar.
o escudo - ai...
a tentativa de testemunha - mas, meu deus, por que sou culpado?
a forca - é, deus seria seu cúmplice se ele estivesse aqui. Mas como há séculos ele não vem pras audiências, ele foi demitido eternamente.
a espada - Meritíssimo, ele não chegou a morrer um dia desses?
a forca - de fato, de fato, eu tinha me esquecido... então a pena dele agora é morrer pra eternamente.
Aplausos.
a forca - E sem ele, melhora ainda mais a sentença. É o seguinte: tomo mundo aqui quer saber a verdade sobre o acontecido.
a tentativa de testemunha - eu não quero saber mais de nada, me deixem em paz, me deixem viver sem saber.
a forca - Não, não. Acalme-se, de tudo o que acontecer, você será o primeiro a saber.
a espada - E você acredita nisso, meritíssimo.
a forca - mas é claro que não. quem ter que saber é ele. Nós apenas somos aqueles que fazem com que ele saiba disso.
o escudo - mas, merítissimo, e o criminoso de verdade?
a forca - ele nunca esteve aqui.
o escudo - Como assim?
a forca - é isso mesmo o que você ouviu.
o escudo - Então pra quê tudo isso?
a forca - pra quê as coisas tem que ter um pra quê? Nós fazemos o que temos que fazer, esse é o nosso ofício, compreende?
o escudo - Entendo...
a forca - calma calma, você também vai ganhar uma grana por isto, relaxa...
o escudo - nesse caso, qual seria a sentença, quero ir pra casa logo - eu já ganhei o que tinha que ganhar mesmo.
a forca - sentença?
a tentativa de testemunha -sim, a minha sentença! Eu sou o quê?
a forca - Olha, pergunte ao júri.
-
a espada - é, ninguém sabe o que você é mesmo, cara. e nem adianta perguntar a si mesmo, seu insconciente tá ali e ela vai desmentir todas as suas tentativas de se safar.
a tentativa de testemunha - eu já era.
a forca - não, você não é ou se for, foi, será, sei lá, o que isso me, te importa? Vamos para outro lugar, cansei de ficar aqui.
o escudo - A audiência vai ser adiada pra outro dia?
a forca - certo certo. pra amanhã.
o escudo - que horas são?
a espada- 12:00 PM
a forca - opa, já é amanhã. vamos lá, não podemos descançar.
a tentativa de testemunha - eu só quero dormir, seu juiz, me deixe.
a espada- quem disse que você está acordado?
a tenativa de testemunha - eu estou sim. eu sei.
a espada - até parece.
a tentativa de testemunha- eu estou
a espada - claro que está! mas não percebe. então é como se estivesse dormindo.
a tentativa de testemunha - isto é um pesadelo?
a espada - nada nada. a realidade.
a tentativa de testemunha- não pode ser...
a forca - opa se é. quer um beliscão, dou até de graça.
a tentativa de testemunha - Como vim parar aqui, ai meu deus!
a espada - O sr. já foi alertado que deus foi-se, digo, não foi bem foi-se, foi cruz , mas tudo bem, quem é que quer ser preciso.
a forca - exato, sr. promotor. e álias, o senhor veio para aqui porque é suspeito de culpa.
a tentativa de testemunha - Culpa de quê?
a forca - de estar aqui, ora. e quem vem pra cá é sempre culpado. Você nasceu, então é culpado...
a tentativa de testemunha- mas eu não sou!
a espada- meritíssimo, ele deve estar morto.
a forca - bem, nesse caso... ressuscitem-no! Onde já se viu morto no mue tribunal, que desrespeito!
o escudo- ele não está morto não, eu sou seu advogado posso falar por ele!
a forca - e como você sabe se ele não está mesmo? O senhor é médico?
o escudo - não.
a forca - então não sabe. Se bem que nem os médicos sabem o que falam. Quer saber, cansei de saber.
ele é o que quiser ser. Vamos acabar com isto logo.
o escudo - ele se suicidou!
a espada - Bem, agora sabemos que ele cometeu um crime!
a forca - imagina, até poucos momentos ele nem sabia se estava vivo ou morto, mas agora confessa que se matou. Que pessoa desprezível! E isso porque ele é só uma testemunha. Imagina se a gente tivesse dito que ele é culpado de vez mesmo.
o escudo - bem, que faremos?
a espada - vamos prendê-lo. Se ele acha que vai se safar, está enganado!
a forca - Solitária pra ele, o resto da vida!
o escudo - Mas, meritíssimo, ele se suicidou!
a forca - Não importa, ele merece. Solitária até o resto da morte!
E o caixão foi escoltado até a solitária mais próxima.
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