quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A testemunha.

a espada - você não vai dizer nada?

a tentativa de testemunha - mas, por quê eu?

a espada - você é a única testemunha... tem que saber algo.

a tentativa de testemunha - mas eu não sei.

a espada - Você estava lá! Nós descobrimos, não minta...

a tentativa de testemunha - Eu devia estar, não me lembro... eu estou confuso, cansado. Não sei nem direito o que aconteceu...

a espada - não seja mentiroso, o sr. sabe que pode ser preso por isto.

O escudo - Isso está parecendo a Inquisão, por favor, meritíssimo... isso é irregular!

a forca - negado.

o escudo - negado, é isto que o vossa excelêcia tem a me dizer?

a forca - queria colo é?

a espada - eu prosseguirei, vossa excelência... O sr. alega não ter visto nada?

a tentativa de testemunha- não sei... talvez eu tenha visto... ou talvez não? Eu não acho que deveria estar aqui. Eu não posso ajudar em nada.

a espada- isso é o que o sr pensa. Já está ajudando, quanto menos diz e quanto mais pausas faz, mais nós concluímos inúmeras coisas. Anotem tudo o que o subconsciente dele disser.

o escudo - como assim? merítissimo, ele não tem controle sobre isso, por favor...

a forca - ora, como não, tá no corpo dele, não tá? Então ele deve ter controle. Vocês estão aqui, não estão, e eu os controlo, não é? HAHAHAHAHA

o escudo - está tudo ilógico... ele é apenas a testemunha, não pode ser acusado. Ele não está fazendo nada.

a espada - como não, meritíssimo? O fato dele estar aqui implica ele fazer algo.

a forca - sim, promotor... o quê, é o que eu não sei! ahahahaha O que sugere o júri?

- ...? ...! ..., ....,.........? !!!!! ééééé .....!!! ?!

a forca - É claro. mas os senhores decidem?

-

a forca - excelente! prossigamos. O promotor dizia.

a espada - Bom, já que ninguém decidiu que a testemunha é culpada, entramos nun concenso de que ela é culpada mesmo.

o escudo- Peraí, mas quem é que poderia confiar na opinião de ninguém?

a espada- ora, deixe de bobagem, todos nós sabemos que todo mundo sabe que todo mundo é ninguém.

a tentativa de testemunha- eu não fiz nada. Eu juro.

a espada - Este é o problema. Se você tivesse feito, não estaria aqui. Você não percebe que é culpado por não ver o que deveria ter visto? e outra coisa, quem jura aqui é o júri.

a tentativa de testemunha- eu peço desculpas, mas porque eu deveria ter visto?

a forca - isso é uma blasfêmia! Mais uma e chamamos os guardas... ah, eles já estão aí?
Que beleza!

a tentativa de testemunha- eu sou inocente.

a forca - quem foi que te disse isso?

a espada - O insconciente dele disse o oposto!

a forca - e aí, como você explica isso?

a tentativa de testemunha - eu não sei, como posso saber?

a forca - o insconciente é seu não é?

a tentativa de testemunha - sim de fato.

o escudo - merítisso, meu cliente está louco, ele não consegue nem reconhecer o próprio consciente, como poderá reconhecer o inconsciente?

a forca - tragam o insconciente dele aqui. Bem, aí está o senhor, seu danadinho? Pregando peças em todos, né?

a espada - Ele se recusa a falar meritíssimo...

a tenatativa de testemunha - porra, fala meu insconciente, fala!

a espada - um , ele está falando com um outro eu dele, o dono do insconciente...tsc tsc

a forca - ele é um esquizofrênico!

a espada - hum...você está enrascado, meu amigo... mentiroso e ainda esquizofrênico.

a tentativa de testemunha- eu não sou isso.

a espada - está bem, você não é. mas quem é que vai acreditar em você?

a tenativa de testemunha- eu.

a espada - mas nem o seu próprio insconciente acredita... você se equivoca.

a tentatia de testemunha- eu sei de mim.

a forca - iiii, sabe nada. mas , calma, a gente vai ajudar você a aprender. Mandem-no pra escola.

a tenativa de testemunha- Serei aluno?

a espada - é quase isso... você vai fazer os seus deveres, aprender a prestar atenção e a ficar sentado, como você está fazendo agora. Tenho certeza que você vai gostar.

o escudo - ai...

a tentativa de testemunha - mas, meu deus, por que sou culpado?

a forca - é, deus seria seu cúmplice se ele estivesse aqui. Mas como há séculos ele não vem pras audiências, ele foi demitido eternamente.

a espada - Meritíssimo, ele não chegou a morrer um dia desses?

a forca - de fato, de fato, eu tinha me esquecido... então a pena dele agora é morrer pra eternamente.

Aplausos.

a forca - E sem ele, melhora ainda mais a sentença. É o seguinte: tomo mundo aqui quer saber a verdade sobre o acontecido.

a tentativa de testemunha - eu não quero saber mais de nada, me deixem em paz, me deixem viver sem saber.

a forca - Não, não. Acalme-se, de tudo o que acontecer, você será o primeiro a saber.

a espada - E você acredita nisso, meritíssimo.

a forca - mas é claro que não. quem ter que saber é ele. Nós apenas somos aqueles que fazem com que ele saiba disso.

o escudo - mas, merítissimo, e o criminoso de verdade?

a forca - ele nunca esteve aqui.

o escudo - Como assim?

a forca - é isso mesmo o que você ouviu.

o escudo - Então pra quê tudo isso?

a forca - pra quê as coisas tem que ter um pra quê? Nós fazemos o que temos que fazer, esse é o nosso ofício, compreende?

o escudo - Entendo...

a forca - calma calma, você também vai ganhar uma grana por isto, relaxa...

o escudo - nesse caso, qual seria a sentença, quero ir pra casa logo - eu já ganhei o que tinha que ganhar mesmo.

a forca - sentença?

a tentativa de testemunha -sim, a minha sentença! Eu sou o quê?

a forca - Olha, pergunte ao júri.

-

a espada - é, ninguém sabe o que você é mesmo, cara. e nem adianta perguntar a si mesmo, seu insconciente tá ali e ela vai desmentir todas as suas tentativas de se safar.

a tentativa de testemunha - eu já era.

a forca - não, você não é ou se for, foi, será, sei lá, o que isso me, te importa? Vamos para outro lugar, cansei de ficar aqui.

o escudo - A audiência vai ser adiada pra outro dia?

a forca - certo certo. pra amanhã.

o escudo - que horas são?

a espada- 12:00 PM

a forca - opa, já é amanhã. vamos lá, não podemos descançar.

a tentativa de testemunha - eu só quero dormir, seu juiz, me deixe.

a espada- quem disse que você está acordado?

a tenativa de testemunha - eu estou sim. eu sei.

a espada - até parece.

a tentativa de testemunha- eu estou

a espada - claro que está! mas não percebe. então é como se estivesse dormindo.

a tentativa de testemunha - isto é um pesadelo?

a espada - nada nada. a realidade.

a tentativa de testemunha- não pode ser...

a forca - opa se é. quer um beliscão, dou até de graça.

a tentativa de testemunha - Como vim parar aqui, ai meu deus!

a espada - O sr. já foi alertado que deus foi-se, digo, não foi bem foi-se, foi cruz , mas tudo bem, quem é que quer ser preciso.

a forca - exato, sr. promotor. e álias, o senhor veio para aqui porque é suspeito de culpa.

a tentativa de testemunha - Culpa de quê?

a forca - de estar aqui, ora. e quem vem pra cá é sempre culpado. Você nasceu, então é culpado...

a tentativa de testemunha- mas eu não sou!

a espada- meritíssimo, ele deve estar morto.

a forca - bem, nesse caso... ressuscitem-no! Onde já se viu morto no mue tribunal, que desrespeito!

o escudo- ele não está morto não, eu sou seu advogado posso falar por ele!

a forca - e como você sabe se ele não está mesmo? O senhor é médico?

o escudo - não.

a forca - então não sabe. Se bem que nem os médicos sabem o que falam. Quer saber, cansei de saber.
ele é o que quiser ser. Vamos acabar com isto logo.

o escudo - ele se suicidou!

a espada - Bem, agora sabemos que ele cometeu um crime!

a forca - imagina, até poucos momentos ele nem sabia se estava vivo ou morto, mas agora confessa que se matou. Que pessoa desprezível! E isso porque ele é só uma testemunha. Imagina se a gente tivesse dito que ele é culpado de vez mesmo.

o escudo - bem, que faremos?

a espada - vamos prendê-lo. Se ele acha que vai se safar, está enganado!

a forca - Solitária pra ele, o resto da vida!

o escudo - Mas, meritíssimo, ele se suicidou!

a forca - Não importa, ele merece. Solitária até o resto da morte!

E o caixão foi escoltado até a solitária mais próxima.

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