quarta-feira, 23 de setembro de 2009

até me dá vontade de chorar
e choro
a pele como pupila
desatando pelo movimento do corpo
como numa dança
todo o acúmulo de adensamentos enjaulados
toda a expansão sequestrada
pelos parâmetos coesos do aparato social da vergonha
ou da tristeza

e choro
choro como se gozasse
o prazer lícito
de jorrar-se de tudo pra fora
num jato certeiro
a adrenalina como desculpa esfarrapada
a pilhação vinda sem a incumbência hormonal
jorro e choro

sou veneno
lágrima ácida que mata
decompõe e oblitera
até que o vapor redivivo
se solidifique
no corpo de novo
feito de lágrima dura
totalmente sólida.

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