segunda-feira, 1 de junho de 2009

E enquanto eu me preocupava em ser homem

Todos os grupos subjugados antes

hoje me olhavam com desdém

eu agora era só a fugidia imagem

de um conquistador barato de mundos

Minha cultura

fora algo de outrora

está doravante esquecida

alguns estilhaços

.............................................................................por aí

poucos farrapos de resistência sendo destruídos pelos que ontem chamavam-se de pequenos, de escravizados , de menosprezados

As vozes viraram verbo na carne (facas querendo os meus músculos)
e o prícipio não era aquele imaginado
tantas teorias se sobrepujaram umas às outras

e a realidade já não é aquela etérea única e longe
de nuvens feita
e de paraísos placebos das dores do mundo
e reinos que sobraram em castelos fetiches de cameras fotográficas turistas

Realidade. na realidade, o olhar ontem real já nem mais existe, será?

E a minha pele branca já não pode mais nem chorar
meus olhos azuis, águas navegadas do passado
meu corpo é só a caravela perdida
no triângulo em crepúsculo da história

E nesse instante, ainda posso dizer:

Homem?


II.

É preciso se criar outra maneira de dizer homem.

Mas quais opções obter
do desconfiado modo de dizer:

Humano.

III.

Mulheres que se fazem pelo ritual

vermelho

e os bêbes masculinos já são homens,

do parto?

e vejo-me no século

..................................a parte

junto a alguns idealismos
positivismos
e niilismos

fontes tão secas querendo um insular víveo.

ser homem num mundo de não-alguéns?

quê é isso?

IV

Não alternativa senão a violência?
O machismo acaso é um rifle na mão

tiros.................tiros............tiros

?

paudurescências?

e um pouco mais de músculos?

V

o crepúsculo do macho
na orla do céus sem estrelas
do nosso falso iluminismo de cada dia
o entardecer do mundo
no armagedom de um futuro sem revelações...
Abro a porta da casa
a casa cai
estou por baixo dos destroços
sou como um rato num labirínto de um laboratório de ciências
e , no entanto,
não me atraem o sino, nem a campainha
e já nem quero mais a comida
da experiência?

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