I
Pois que leve
e com chama
chama
e leve
De repente,
até as sombras
iluminam
mesmo que
só sombras
com cores
seja o que eu
apenas tenha visto
mas, não menos
tenha sentido.
II
Não soçobram
nem sobram
as antevisões
- a aurora nasce como pele da noite:
sem estiolar, desenrola-se,
enche-se de suas cascas laranjas
e a juba colorada fixando-se
de súbito o azul expelido
e o rastro de calor
acercando-se do ar
criando paragens de existência
nas ruas,
nas casas,
e até mesmo em areias
e desertos onde até mesmo a seca já se acabou
e a sede -
mas, o futuro anteposto,
antepondo-se,
não visa a sem-luz
quer
branco
brilho
das águas alimentares
que nutrem
e correm o sangue
como um botão de rosa
láctea
percorrendo avultamente
cada
névoa e cheiro
criando líquido
no mais invisível
III
De ti
o suco
que jorra
és vela
marujos
e fogos
ateando
singramos,
pois,
salgados
como corpo
e nos alimentos
de pura
reprodução.
IV
quero o harmônico
latejando
para brotar
nascer
como frágil
para instigar-se
flama flamulando
nossa vinícola
a boca marcada da safra
safada colheita
despertamos
entrebrotando
-nos.