quinta-feira, 28 de março de 2013

Marimbondo

Essa quase pele
de carne viva
a asa-capa azul
de escura
o seu zanzo

zaparalolando
sobre o quintal...

debaixo da capa
a dor que veio
fincada

o barro da casa
não joão

e ardeu

por isto te admiro
porque veio

tão vermelho é
tão vermelho fico

dor

e morres


fora fogo fera?

quarta-feira, 27 de março de 2013

War

conquistar todos os países?
matar o exército branco?
ocupar 8 territórios?

Não, não,
apenas não jogar.

estratégia

lutar pau a pau
ignorando
aprender apenas a...
você vai ficar aí.

esvair

esvair por deixar
o silêncio
consuma tudo
apenas o fantasma.

aspirador

mania de aspirador de pó:
sempre a poeira, sempre.
Por que não o pólen
como uma abelha

e, enfim, mel?

brilúrico

O espelho estrelar
minha face lago
de onde as crispas
refletem eternidades
nas sombras

a seta transparente
na cor hermética
a superfície como o cristal
e os diamantes
no avesso do arco-íris

o circulo brilhante
arrebóis noturnos
feixes sobre a palidez
eu, o espírito lupino

os visores nítidos
como as gemas
e transluzem os marrons
a lança sobre a bahia

os faróis, traços no oceano
pegadas pirilâmpicas
a lama esvaziando
pisamos como fogos

sexta-feira, 22 de março de 2013

zum

O que você guarda nesta casca de cigarra?
Ficar zumbindo por aí
irritando


Parece o que será
com este vestido
imaduro?


Quero a boca
sem a pedra

a boca
sem a lixa


a boca
sem a arma



a boca boca boca


cala boca cigarra!

Hazel II

o sol é apenas fogo
o que me acerta
é apenas a lua
introinvertida

O que espero.
Nada e dureza.

clarão e sombria.

Hazel I

não o sol
o contorno
e o interior
crepúsculo


nunca vale
sem bater
nunca gosta
sem ferir


Você precisa ser sempre pólvora

pura

e no interior terra
engolfando


ódio avesso
amor averso

adversos humores

a cicatriz bela
o pássaro plumoso atingido

o som da panela tingindo
a campainha como flauta

melifluamente...

- como um chute

Hazel, melhor fosse
solsombra

ironia e
fustigante.

astalk




O melhor poema
-sem jeito-
é apenas poema.

ninguém ensinou um poema
a ser seguro
nem mesmo a orgulhar-se

e nem a caneta sabe endireitar-se
- mãos são sinistras.

Como, portanto, surgir
este poema estapafúrdio?

Anota aí,
três ovos
farinha

e...

Não deu jeito.
O melhor é começar de novo.

psicografia?

à Ana, pela excelente crítica.